"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Globalização a serviço de quem?


O processo de globalização nos traz o sentimento de que o mundo se transformou em uma grande aldeia global. Ao toque de um teclado temos o mundo desvelado na tela de nossos computadores. Esse novo processo mundial trouxe como benefícios o encurtamento das distâncias e a diminuição dos tempos das tarefas. Entretanto não podemos ter apenas uma visão unilateral dos fenômenos sociais, e devemos nos perguntar: a quem ou a que o processo de globalização serve? Respondendo a pergunta poderíamos dizer que a globalização está estreitamente relacionada às formas de reprodução do capital e com as formas imperialistas de dominação.
Sobre o desenvolvimento desse processo mundial, Marx e Engels descreverem no Manifesto do Partido Comunista em 1848 de forma espantosa como se estivessem escrevendo nos dias atuais:
"Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda parte, explorar em toda parte, criar vínculos em toda, parte.
Pela exploração do mercado mundial a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela retirou à indústria sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-lo diariamente. São suplantadas pôr novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão vital para todas as nações civilizadas, indústrias que não empregam mais matérias-primas autóctones, mas sim matérias-primas vindas das regiões mais distantes, e cujos produtos se consomem não somente no próprio país mas em todas as partes do globo. Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pelos produtos nacionais, nascem novas necessidades, que reclamam para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se bastavam a si próprias, desenvolvem-se um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações. E isto se refere tanto à produção material como à produção intelectual.(Marx e Engels, 1848)
 A interdependência mundial, que coloca os países menos desenvolvidos em uma situação subalterna em relação aos países ricos, cria a cada dia mais dependência econômica, intelectual e tecnológica, e claro tudo isso contribui para a expansão do grande mercado mundial e consequentemente a acumulação de capital nas mãos das classes dominantes. Além disso, muitas são as mazelas geradas por esse processo, cito apenas algumas: aumento no índice de desemprego, como resultado da modernização do processo produtivo; desmantelamento da indústria nacional e sua incorporação por empresas transnacionais; total perda de autonomia nacional, pois a economia fica dependente do capital internacional, ou seja, uma total entrega do poder político e econômico dos países pobres nas mãos do capital estrangeiro transformado-os em simples consumidores dos seus produtos, apliando assim o mercado de consumo.

 

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