"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

sábado, 7 de novembro de 2015

Norte e Nordeste concentram maior parte da população que não se alimenta direito e que passa fome






Há 64 anos, o geógrafo Josué de Castro lançava sua obra mais importante, A Geografia da Fome, na qual fazia uma análise do problema da fome no país e sua relação com fatores econômicos, como a posse da terra. Hoje, 30 anos depois da morte do geógrafo, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a situação melhorou, mas que as regiões Norte e Nordeste ainda concentram a população que não se alimenta direito e até passa fome.
Os dados, divulgados hoje (25), são do suplemento Segurança Alimentar, elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), de 2009. Segundo o documento, em todos os estados do Norte e do Nordeste, os domicílios estavam abaixo da média nacional de 69,8% em relação à alimentação adequada. No Norte, o percentual registrado foi de 40,3% e no Nordeste, de 46,1% dos domicílios. No Sul e no Sudeste, os percentuais foram de 18% e 23,3%.
No Norte e no Nordeste, a fome foi constatada em 9,2% e em 9,3% das residências, respectivamente, sendo que, no Maranhão e no Piauí, nem metade dos domicílios estava dentro dos parâmetros de segurança alimentar. No Sul e no Sudeste, o percentual registrado foi inferior a 3%. Dessas regiões, os moradores do Rio Grande do Sul e do Paraná são os que se alimentam melhor no país.
À época de sua pesquisa, Josué de Castro constatou que a falta de determinados nutrientes e a fome estavam ligadas às condições naturais, à concentração de terra e à renda das famílias. O IBGE também mostra que quanto menor o rendimento, maior a situação de insegurança alimentar moderada (falta de alimento nos três meses anteriores a pesquisa) ou fome.
Dos 25,4 milhões de pessoas que passavam por privação de alimentos ou não comiam quantidades adequadas de comida, em 2009, 33,2% tinham renda mensal familiar de até um quarto do salário mínimo. Com renda de até meio salário mínimo, 55% também estavam em situação de insegurança.
"As famílias que têm dificuldade de acessar a alimentação e que precisam são famílias com dificuldade de renda, são os pobres ", corroborou a presidenta da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrandh), Marília Leão.
"Apesar de sabermos que, em termos gerais, há um crescimento da renda familiar, sabemos que no Norte e Nordeste as pessoas ainda têm muita dificuldade e muitas vivem em situação de pobreza ou pobreza extrema. É um problema que vem de muito tempo", completou Marília, que também integra o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Fonte: Agência Brasil
Fonte: http://www.amambainoticias.com.br/brasil/norte-e-nordeste-concentram-maior-parte-da-populacao-que-nao-se-alimenta-direito-e-que-passa-fome

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Hasta siempre, comandante Che Guevara!

chehce

Para os militantes revolucionários e socialistas de todo o mundo, o dia 8 de outubro é uma data que, embora trágica, não poderá jamais passar em branco ou ser esquecida. Neste dia, em 1967, morria Ernesto Che Guevara, assassinado pelo Exército da Bolívia, onde chegara em março daquela ano, com um grupo de 44 guerrilheiros, para organizar a luta armada e revolucionária.

Um dos principais líderes da revolução Cubana, junto com Fidel Castro, Raul e Camilo Cienfuegos, Che fora ministro da indústria e chefe do Banco Central, entre outras funções que exerceu no governo revolucionário de Cuba. Sua morte deixou uma lacuna irreparável na luta revolucionária e anti-capitalista em todo o mundo e, especialmente, na América Latina e África.

A influência de Che, no entanto, vai muito além da extraordinária figura humana que ele foi, consolidando-se nas últimas décadas como referência de luta e dedicação para milhões de revolucionários socialistas em todo o mundo. Exemplo ímpar de dedicação à causa proletária. Referência que, inclusive, resiste a todas as tentativas torpes e manipuladoras, por parte da indústria cultural, de se apropriar de sua simbologia com o objetivo inconfessável de esvaziá-la, transformando-a em mero produto de consumo e ‘badalação’, como se vê na profusão de bottons, camisetas, chaveiros e banners com a figura de Che expostos até mesmo em shopping centers.

Ter Che Guevara como referência é ter a certeza, fundamentada na história e no marxismo como ferramenta teórica, de que o verdadeiro reino da liberdade só começará a ser efetivamente construído com a destruição revolucionária do estado burguês e sua substituição por um estado proletário, instaurando-se a sociedade socialista como transição ao comunismo, à sociedade sem classes. Para isto, é decisivo que não se façam quaisquer concessões ao reformismo e à conciliação de classes. À fraseologia barata e enganosa dos que, no fundo, querem tão somente se utilizar das bandeiras socialistas para trair o ideal revolucionário e se acomodar à sociedade burguesa.

Hasta siempre, comandante Che Guevara! Venceremos!!

Fonte:http://www.mmarxista5.org/internacional/198-hasta-siempre-comandante-che-guevara

sábado, 26 de setembro de 2015

Cuba é primeira na taxa de alfabetização entre 80 países


Apesar do criminoso bloqueio dos EUA há mais de cinquenta anos, e também de alguns percalços políticos do regime castrista, a pequena Ilha do mar do Caribe sempre é destaque positivo quando o tema é Educação. Segundos dados do Banco Mundial, Cuba tem a melhor taxa de alfabetização entre oitenta países pesquisados. La, quase a totalidade das pessoas é alfabetizada, ou seja, 99,83% da população.
Na prática, isto é resultado de investimentos públicos na área. Como se sabe, em Cuba a Educação é controlada como algo prioritário pelo Estado, o que tem gerado ótimos resultados no setor. Segundo também o próprio Banco Mundial, Cuba é o único país da América Latina e do Caribe que dispõe de um sistema educativo de alta qualidade.
Embora bastante criticada (mais por conta de preconceito e ignorância) como um país "atrasado", Cuba nesse quesito alfabetização bate até países do dito primeiro mundo europeu, como Itália e Portugal, que ocupam a 14ª e 36ª posição, respectivamente, nesse mesmo ranking de educação. Outro fator interessante, é que dos oitenta países pesquisados, apenas a Ilha é Socialista. Todos os demais se guiam pelos milagrosos ideais liberais do capitalismo.
O contigente pesquisado é de habitantes a partir de quinze anos de idade. Os dados são de 2011 e o Brasil não é citado. Mas, segundo ainda o Banco Mundial, em 2009 o Brasil aparece na 16ª posição.


Fonte: http://www.deverdeclasse.com/news/cuba-e-primeira-na-taxa-de-alfabetizacao-entre-80-paises-norteamericano/

domingo, 26 de julho de 2015

Mandela: uma face humana para o capitalismo

Na parte final de sua vida Nelson Mandela foi amplamente considerado um “santo” moderno. Aparecia como um modelo de humildade, integridade e honestidade, demonstrando uma incrível capacidade de perdoar.
Segundo um boletim recente da Oxfam, a África do Sul é “o país mais desigual do planeta e significativamente mais desigual do que no fim do “apartheid”. O Congresso Nacional Africano (CNA) está há quase 20 anos governando uma sociedade em que as privações da maioria negra continuam aumentando. Ainda assim, apesar de fazer parte do CNA desde os anos 40, Mandela sempre foi visto na África e no resto do mundo como alguém diferente de outros líderes.

Um cristão verdadeiro?

Sua autobiografia de 1994, “Longa Caminhada Até a Liberdade”, é um valioso guia sobre a vida e ideias de Mandela. Mesmo que com um viés parcial, ela demonstra as preocupações e prioridades do autor (as citações em itálico no decorrer do texto foram retiradas do livro)Por exemplo, depois de 27 anos na prisão, ao ser solto em fevereiro de 1990, Mandela não demonstrava qualquer sinal de rancor contra seus algozes: 
  • “Na prisão, a raiva que sentia dos brancos diminuiu, mas minha raiva contra o sistema aumentou. Queria que a África do Sul visse que eu amava até mesmo meus inimigos, ao mesmo tempo que odiava o sistema que nos jogava uns contra os outros”. Se isso soa como o ditado cristão “ame o pecador, odeie o pecado”, é em parte por ser isso mesmo. Relembra que ao receber a visita de dois editores do Washington Times na prisão “disse a eles que era e sempre tinha sido um cristão”. 
Fica claro também como este traço de sua personalidade foi útil ao capitalismo sul-africano. Após Mandela deixar a prisão, uma das principais tarefas do Congresso Nacional Africano foi garantir potenciais investidores que um futuro governo do partido não ameaçaria seus interesses. Na “Mensagem de Mandela ao Big Business” (19/06/1990), está dito por ele em diversas ocasiões:“o setor privado, tanto doméstico como internacional, trará uma contribuição vital para a reconstrução da África do Sul após o apartheid... Somos sensíveis ao fato de que para investir numa África do Sul pós-apartheid, vocês terão que ter confiança na segurança de seus investimentos, um retorno adequado de seu capital e um clima geral de paz e estabilidade”. Mandela pode ter falado como um cristão, mas um cristão que compreendia as necessidades dos negócios.

Um nacionalista consistente

Mandela era certamente consistente, capaz de ver no presente a continuidade do passado. Quando, por exemplo, o CNA se sentou pela primeira vez para conversar oficialmente com o governo em maio de 1990, o futuro presidente disse ter lhes dado uma lição de história. “Expliquei a nossos interlocutores que desde sua fundação em 1912 o CNA sempre procurou negociar com o governo”.
Mandela frequentemente se referia à “Carta da Liberdade” do CNA, adotada em 1955:“Em junho de 1956, no boletim mensal Liberation, eu apontei que a carta endossava a iniciativa privada e permitiria que o capitalismo florescesse entre os africanos pela primeira vez”. Em 1988, durante negociações secretas com o governo, ele se referiu ao mesmo artigo, dizendo:“a Carta da Liberdade não era um guia para o socialismo, mas para o capitalismo em estilo africano. Disse a eles que não havia mudado de ideia desde então”.
Quando Mandela foi visitado em 1986 por uma comissão, disse-lhes “que era um nacionalista sul-africano, não um comunista e que existem nacionalistas de todas as cores e formatos”. Este nacionalismo era intransigente. Quando se aproximavam as eleições de 1994 e ele se encontrou com o presidente F.W. de Klerk num debate televisivo, afirmou: “senti que havia sido áspero demais com o homem que viria a ser meu parceiro num governo de unidade nacional. Resumindo, disse que ‘as trocas entre o senhor de Klerk e eu não deveriam obscurecer um fato importante. Considero que somos um exemplo brilhante para o mundo todo de pessoas vindas de grupos raciais diferentes que têm em comum lealdade e amor por seu país”
A partir da metade da década de 1970, Mandela recebeu visitas do ministro das prisões: “no decorrer dos anos o governo havia mandado ‘pegadinhas’, começando com a tentativa do ministro Kruger de me convencer a ir morar no Transkei. Não eram esforços para negociar, mas tentativas de me deixar isolado da minha organização. Em várias outras ocasiões Kruger me disse: ‘Mandela, podemos trabalhar com você, mas não com seus colegas’”.
O governo sul-africano reconhecia que havia algo diferente em sua personalidade que finalmente possibilitaria algum tipo de negociação. E, em dezembro de 1989, ao encontrar de Klerk pela primeira vez, Mandela pôde dizer que “o senhor de Klerk parecia representar uma real mudança em relação aos antigos políticos do Partido Nacional. Ele era um homem com quem nós poderíamos fazer negócio”.
No final, este respeito mútuo fez com que o Prêmio Nobel da Paz de 1993 fosse dado conjuntamente a Mandela e de Klerk,por “seu trabalho pelo fim pacífico do regime de Apartheid e por construírem as fundações de uma nova África do Sul democrática”.
Este objetivo a longo prazo não foi uma preferência pessoal de Mandela, mas algo que correspondia às necessidades do capitalismo. Após o massacre de Sharpeville em 1960, como conta a biografia de Mandela,“A bolsa de valores de Johannesburgo desabou e o capital começou a se retirar do país”.
O fim do Apartheid deu início a um período de crescimento do investimento estrangeiro na África do Sul. A democracia, no entanto, não beneficiou a maioria da população. Na década de 50, Mandela disse que “o objetivo secreto do governo era criar uma classe média sul-africana para diminuir o apelo do CNA na luta de libertação”.
Na prática, a “libertação” e um governo do CNA aumentaram pouco a classe média africana. Ela também acarretou repressão, remilitarização da polícia, proibição de protestos e ataques aos trabalhadores como, por exemplo, na greve dos mineiros de Marikana, em que 44 operários foram mortos e dezenas ficaram seriamente feridos.
Mandela foi capaz de afirmar que “todos os homens, até mesmo de sangue mais frio, têm um núcleo de decência e se seus corações são tocados, eles são capazes de mudar”.  Pode ser verdade em relação a indivíduos, mas não em relação ao capitalismo, que não tem um “núcleo de decência” e não pode ser mudado. As caras do governo do CNA são diferentes de seus predecessores brancos, mas a exploração e a repressão continuam.

Meios para um fim

O CNA com sua luta de “libertação” fez uso tanto da violência como da não-violência em suas campanhas. Ao perceber que táticas não-violentas não estavam funcionando, o partido criou uma ala militar, na qual Mandela exerceu um papel central: “Consideramos quatro tipos de atividades violentas: sabotagem, guerrilha, terrorismo e revolução aberta”. Esperavam que a sabotagem “traria o governo para a mesa de negociação”, mas instruções precisas foram dadas para que “vidas fossem poupadas. Mas se a sabotagem não desse os resultados que queríamos, estávamos preparados para seguir ao próximo estágio: guerrilha e terrorismo”.
Então, em 16 de dezembro de 1961, quando “bombas caseiras foram detonadas em centrais elétricas e escritórios do governo em Johanesburgo, Port Elizabeth e Durban, isso não significou que os objetivos do CNA haviam mudado – a democracia ainda era a meta.
Depois de maio de 1983, quando o CNA explodiu seu primeiro carro bomba, matando 19 pessoas e ferindo mais de 200, Mandela disse que “a matança de civis foi um trágico acidente e sinto profundo horror em relação às mortes. Mas por mais incomodado que estivesse por causa das vítimas, sabia que acidentes do tipo eram as consequências inevitáveis da decisão de embarcar na luta militar”. Hoje, utiliza-se para tais “acidentes” o eufemismo mais moderno de “danos colaterais”.

Homem e Mito

Na década de 1950, a esposa de Mandela se tornou Testemunha de Jeová. Ele disse que apesar de “considerar alguns aspectos da (publicação) A Sentinela interessantes e valorosos, eu não compartilhava sua devoção. Havia um elemento obsessivo que me desestimulava”. Nas discussões do casal, relembra:“eu explicava a ela pacientemente que a política não era uma distração e sim o trabalho da minha vida, uma parte essencial e fundamental do meu ser”.
Tais diferenças os levaram a uma “batalha pelas mentes e corações dos nossos filhos. Ela queria que eles fossem religiosos e eu pensava que eles deveriam ser politizados”. E a que política eles foram expostos? 
  • “Eu tinha imagens de Roosevelt, Churchill, Stálin, Gandhi e da tomada do Palácio de Inverno em São Petersburgo em 1917 nas paredes da casa. Expliquei aos meninos quem era cada um daqueles homens e o que eles defendiam. Eles sabiam que os líderes brancos da África do Sul defendiam algo totalmente diferente”. 
Há um contraste interessante aqui. De um lado, quatro lideranças da classe dominante capitalista (não tão diferentes assim da burguesia sul-africana) e, do outro, um dos momentos mais importantes da história da classe trabalhadora.
Mandela disse ter tido pouco tempo para estudar Marx, Engels ou Lenin, mas ele“concordava com o mandamento básico de Marx, que era a simplicidade e generosidade da Regra de Ouro: de cada um conforme suas habilidades, a cada um conforme suas necessidades”.
Por mais que ele “concordasse com o mandamento”, a história do CNA demonstra um século a serviço do capitalismo sul-africano. Seja em protestos ou guerrilha, os objetivos eram nacionalistas ou apenas uma válvula de escape, já que ele acredita que“o povo deve poder dar vazão à sua raiva e frustração”. No governo, as fases mudaram de Mandela a Mbeki a Motlanthe e agora Zuma, mas não houve mudanças na vida da maioria. A única diferença entre os presidentes é que Mandela tinha uma imagem melhor.
Mandela percebia bem seu próprio mito. Ele fazia questão de dizer que não era um“santo” nem um “profeta” nem um “messias” num mundo em que a maioria dos políticos se devota à autopromoção e enriquecimento.
Esta modéstia era uma das características mais atraentes de Mandela. Ela poderia ser explicada por suas origens na religião Metodista. Em seus 27 anos preso, ele perdeu o culto dominical apenas uma vez, “Apesar de ser metodista, eu frequentava as cerimônias de cada uma das outras religiões”.
Independente das origens da modéstia de Mandela ou de sua aparente decência, está claro que ele será a face da campanha eleitoral do CNA em 2014. E além da África do Sul, o mito de Mandela continuará sendo um dos pilares da ideologia democrática moderna.
Em sua carreira como advogado, Mandela foi, como ele próprio relata,“de uma visão idealista da lei como uma espada da justiça à percepção da lei como uma arma usada pela classe dominante para moldar a sociedade a seu favor”.
Ele não faz uma crítica similar da democracia. Em seu depoimento de 1964 ao tribunal ele expressou sua “admiração” pela democracia: “Tenho grande respeito pelas instituições políticas britânicas e pelo sistema de justiça do país. Considero o parlamento britânico a instituição mais democrática do mundo e sempre fico admirado com a independência e a imparcialidade do poder judiciário. O congresso americano, a doutrina do país de separação dos poderes, assim como a independência de seu judiciário também me causam sentimentos semelhantes”.
Seja qual for seu caráter como pessoa, o trabalho de sua vida foi a serviço da democracia capitalista. Já o capitalismo, continua utilizando as melhores qualidades de Mandela para o pior fim possível: a preservação de sua ordem social decadente.
Fonte: anpt.internationalism.org/ICConline/2014/Mdela%3A_uma_face_humana_para_o_capitalismo

domingo, 30 de novembro de 2014

Por que a extrema-direita brasileira odeia tanto a Cuba?



É de se perguntar o porquê de tantos ataques a uma pequena ilha caribenha, nação onde vivem pouco mais de 11 milhões de pessoas (menor que a população do estado da Bahia) e cujo o Produto Interno Bruto – PIB representava US$ 72 bilhões em 2012 (o orçamento apenas da prefeitura de São Paulo é de US$ 25 bilhões) nas eleições presidenciais brasileiras.
A estratégia durante toda a campanha foi de jogar sobre o governo de Dilma a pecha de estar utilizando dinheiro público para financiar o governo cubano, através da construção do Porto de Mariel e da contratação de médicos para o programa Mais Médicos.  Via de regra, a candidatura de Dilma aceitava a crítica e não desmascarou o motivo de tanto ódio a Cuba por parte da extrema-direita.
A verdade é que o Porto de Mariel, a 40 km de Havana, é uma obra a mais financiada pelo BNDES. Outras obras similares foram financiadas em outros países como Equador e Angola. Longe de ajudar o socialismo, o objetivo dessa estratégia é fortalecer as empresas capitalistas nacionais, criando um mercado com os países de sul que possa suplantar a crise vivida pelos EUA e a União Europeia. O grande beneficiado com o porto de Mariel é mesmo a Oderbrecht, já que o financiamento do BNDES será pago pelo governo cubano.
No caso do Mais Médicos, programa paliativo para levar médicos às cidades do interior, a extrema-direita faz uso de duas mentiras. Primeiro, esconde que a vinda dos médicos estrangeiros só aconteceu após a recusa dos médicos brasileiros em trabalhar nos lugares ermos. A honrada classe médica chegou a afirmar que receber R$ 10 mil de salário é escravidão. Segundo, procuram explorar o fato de que grande parte dos salários dos doutores de Cuba serve para pagar seus estudos, ajudar a família e desenvolver o país deles. Escondem que o trabalho do médico fora das fronteiras nacionais é um ato voluntário, humanitário e social, como heroicamente fizeram os médicos cubanos no Haiti e, agora, nos países africanos atingidos pelo Ebola.
Ao caluniar Cuba, a extrema-direita procura colocar toda a esquerda brasileira em defensiva. Ao não defender as conquistas sociais cubanas, a esquerda perde em legitimidade e protagonismo para defender a justiça social no Brasil.
Por mais diferenças que se possa ter com o modelo de democracia ou de socialismo aplicado por Cuba, não se pode perder de vista que uma sociedade que priorize a justiça social ao invés do lucro é sempre melhor que qualquer regime capitalista. Quando nos calamos, parte da classe trabalhadora passa a repetir e acreditar nesses chavões repetidos a exaustão pelos representantes dos capitalistas, tornando mais difícil a luta por justiça social no Brasil.
Afinal, por que tanto ódio a uma pequena ilha?
Cuba é o exemplo de que é possível construir um caminho diferente. Mesmo cercada, embargada e perseguida pelo imperialismo nos terrenos econômico e político, o povo cubano permanece ostentando os melhores índices de desenvolvimento social, reconhecidos pelos organismos independentes da ONU. Já pensaram se se tratasse de um país rico em petróleo, fontes de energia naturais, com amplas florestas e fontes de minérios, ou seja, um país que tivesse condições geográficas e naturais de desenvolver a indústria e a técnica em níveis superiores?
Cuba é a prova viva de que a igualdade social é mais eficaz que o acúmulo de riqueza. Que a solidariedade é mais eficaz que o individualismo. Que a educação e a justiça social são as armas mais eficazes contra o crime e a violência. Que uma sociedade pode viver sem altos índices de consumos de drogas lícitas e ilícitas e, também, sem encarcerar sua juventude e seus pobres. Em resumo, Cuba é a prova viva que todo o discurso da extrema-direita é mentiroso e por isso precisa ser derrotada.
Não podemos esperar que o governo do PT defenda as ideias de Cuba pois seu interesse para com a ilha se resume a esfera dos negócios. É preciso devolver todo o ataque sofrido pelo povo cubano organizando o povo para lutar pelo programa da classe trabalhadora brasileira.
Jorge Batista, São Paulo.
http://averdade.org.br/2014/10/por-que-extrema-direita-brasileira-odeia-tanto-cuba/

domingo, 22 de junho de 2014

Médicos cubanos revolucionam atendimento em comunidades no Espírito Santo

Em 2012 foi inaugurada a Unidade Regional de Saúde (URS) de Planalto Serrano, na periferia do município de Serra, no Estado do Espírito Santo. Segundo a coordenadora da unidade, Naiara Vidoto, o estabelecimento abrange uma população de aproximadamente 12 mil pessoas.
Com três equipes de Saúde da Família, sendo dois médicos principais e um médico de apoio do Programa “Mais Médicos”, Naiara conta que a relação tem sido muito positiva. “Nós contamos com três médicos cubanos na unidade. Eles foram muito bem recebidos pela população e já estão se sentindo em casa”, afirma Naiara.
Dois dos médicos cubanos são Orlando Maure Ceballo, 47 anos, e Tamara Delgado Riesgos, 51 anos. Eles chegaram na unidade em dezembro do ano passado e já conseguiram resolver o atraso nas consultas de pré-natal, desenvolveram um programa de atendimento para os casos de hipertensão e diabetes e tiveram a iniciativa de sistematizar as consultas domiciliares.
“Ainda temos que organizar muita coisa, mas estamos felizes com o resultado do nosso trabalho. Estamos ajudando a quem precisa”, afirma Tamara.
Já no posto de saúde de Taquara I, na periferia de Serra, Orelys Reyes Madrazo, médico cubano de 39 anos, explica que não é a primeira vez que sai de Cuba para trabalhar em – como ele mesmo define – uma missão humanitária internacional.
“A demanda aqui é bem alta”, diz o médico. Com uma população de aproximadamente 5 mil pessoas na região, foi em dezembro de 2013 que a unidade recebeu o reforço do Programa “Mais Médicos”.
Foto: OPAS/OMS“Nós fomos premiados com a vinda dele para cá. Ele é um médico sensacional”, afirma a gerente de serviços de saúde, Zilá Gonãlves Fausto.
Com as unhas do pé pintadas no chinelinho diminuto, enfeitado com a imagem de uma princesa da Disney, Ana Beatriz Mota Pereira, de 2 anos, aguardava sua vez de ser atendida no posto de saúde de Taquara I. Na primeira consulta com o Dr. Orelys, foi diagnosticado um quadro de bronquite asmática, e agora Ana Beatriz retorna ao posto periodicamente para seguir o tratamento e ser avaliada.
“Eu fico rindo dele às vezes porque ele fala engraçado, mas entendo tudo o que ele diz. A gente está seguindo o tratamento que ele mandou direitinho”, conta Leonara Pereira, 19 anos, tia da paciente. “Eu também me trato com ele, e gosto desse médico. Eu estava com uma infecção, alguma coisa no sangue eu acho, mas já fiquei boa, e a Ana já está melhor também.”
Visando à cobertura universal e ao controle e erradicação de doenças, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMSvem apoiando o Ministério da Saúde na implementação do Programa. Este apoio inclui o suporte técnico à ampliação da estratégia da atenção primária de saúde e da melhoria da estrutura da rede de serviços de saúde, além da avaliação da cooperação técnica neste campo específico.
Fonte: http://www.onu.org.br/medicos-cubanos-revolucionam-atendimento-em-comunidades-no-espirito-santo/


sábado, 7 de junho de 2014

Em Cuba o Jovem é Prioridade

Secundário:
Agrupa os  estudantes entre 12 e 14 anos e faz parte do ensino básico obrigatório junto com o ensino primário. Seu objetivo é  fornecer uma educação básica e integral ao adolescente cubano, sobre a base de uma cultura geral, que lhe permita estar plenamente  identificado com a sua nacionalidade e patriotismo, para conhecer e compreender o seu passado, enfrentar o  presente e prepara-se para o seu desenvolvimento futuro, tendo a atitude  consciente  de opção do socialismo que lhe garante a defesa das conquistas sociais numa continuidade  da obra da Revolução, expressa em suas formas de sentir de pensar e de agir. 
Investigações Internacionais reconhecem  o ensino secundário como uma fase complexa e difícil. Especialistas da Unesco lembram que ela tem tido um lugar instável de constantes mudanças  de professores e estudantes.
Cuba não ficou alheia a  estes problemas,  o estudante cubano  também enfrentou o problema da  influência directa de vários professores, disciplinas e assuntos, muitas vezes divorciados uns dos outros, além disso por vezes o número de salas de aula era inferior ao número de alunos o que complicava o dia na escola. Depois de muitas análises foram feitas alterações significativas neste nível de  ensino, durante 2003-2004, estas alterações  foram precedidas de investigações, resultando assim no Novo Modelo de alta escola básica. Em primeiro lugar, a nova ideia do Professor Geral Integral, que trabalha com um grupo de  15 alunos e ensina  todas as disciplinas do mesmo grau, excepto Inglês e educação física, este professor acompanha-os  durante todo o seu precurso, sendo simultaneamente o seu conselheiro e guia, mantendo um contacto directo e permanente com os pais. 
Esta constitui a mais radical mudança na transformação do ensino secundário inferior, é um revolucionário e inovador contributo para o ensino de  adolescentes e que tem sido  capaz de implantar actividades em qualquer área de trabalho educativo com grupos de  15 alunos fornecendo-les todos os temas exceto Inglês e educação física, facilitando, assim, uma  atenção personalizada e diferenciada para os estudantes. Este tipo de aprendizagem permite que os resultados  sejam positivos,  a partir de um  trabalho profundo com  um diagnóstico de cada aluno, com  um tratamento individualizado, com a utilização  de TV, vídeo, computador e outros programas priorizados pela Revolução. O professor do ensino médio completo geral deve tornar-se um guia básico, tutor e orientador para a educação dos seus 15 pioneiros, que, no novo modelo escolar, estão no centro do processo educativo. Deverá igualmente realizar diagnóstico completo de cada um dos seus pioneiros e 15, em função dos resultados, chamar a estratégia individual e de grupo. Este diagnóstico será desenvolvido e partilhado com outros professores que não estão completas (Inglês, educação física, assistentes sociais, arte instrutores e estratégias educativas e seus resultados serão compartilhados com as famílias de cada um dos seus pioneiros de uma unidade educacional alcançar crescimento pessoal e aprender com elas. 
O conteúdo do ensino, que seleccionado como o tema do trabalho educativo devem ser dirigidos a promover o desenvolvimento pessoal de cada um de seus 15 pioneiros e desenvolvimento grupo, a partir do qual deverá conduzir o processo de ensino-aprendizagem de metodologias activas propício ao diálogo, de reflexão e promover o exercício de pensar, para ensinar a seus alunos aprender a aprender, aprender a estudar e processar informação de projectos de investigação conjuntos a fim de facilitar o exercício do seu poder discricionário, a satisfação de aprender e de saber . O novo tipo de professor para o ensino médio, tem de conceber uma forma de classe desenvolvedor e participar ativamente ao lado dos seus 15 pioneiros nos domínios político, cultural, recreativo e está programado para ser um observador sistemático modos de ação de cada um dos seus pioneiros traduzir estes comportamentos mais tarde no processo de ensino-aprendizagem conteúdo e promover a reflexão eo debate sobre eles. A sala de aula deve ser uma verdadeira oficina construção de criação de conhecimentos, trabalho duro e de respeito com as experiências e as experiências de cada um de seus 15 pioneiros. 
O desenvolvimento de uma pedagogia de respeito, esforço, a exigência de que não faltam na sensibilidade humana, de modo que os estudantes tenham confiança em si não é afectado a sua auto-estima e poderão enfrentar a vida com otimismo, deve ser uma premissa no trabalho do Professor abrangente geral. É também uma das suas mais importantes tarefas de assegurar a transição pacífica dos educadores necessidade de preservar as conquistas no domínio da educação, com ênfase na qualidade de admissão para o Instituto de Ensino Superior de jovens convencido a sabedoria da sua selecção, transportando um sólida vocação pedagógica, QUE se ha ido formando ao longo da vida escolar. Em resumo, você precisa conhecer em pormenor o que cada um de seus alunos sabe, podemos fazer e sentir, a partir de uma avaliação dos progressos na sua aprendizagem e desenvolvimento nesta base para desenhar estratégias individuais e coletivos a fim de lhe permitir levando-as a superior fases de desenvolvimento. 
O novo modelo também adoptou uma nova organização escolar, que tem seu centro na dupla sessão, que implementa as atividades educacionais, e extracurriculares extradocentes, este princípio foi baseado na generalização do almoço escolar. Actualmente operam no país, 1 005 secundárias básicas urbanas e rurais, esta última com regime de internato, onde os alunos recebem gratuitamente alimentos e cuidados médicos. Estes centros são formados mais de 474 392 alunos. O princípio básico de combinação de estudo e de trabalho está presente em ambos, o que intensifica o foco do ensino politécnico, estético educação e trabalho, juntamente com actividades destinadas a orientação profissional e de carreira. Há também a Escola Profissional de Artes e Esportes 
O modelo básico secundário assenta também sobre a utilização de audiovisuais e de computadores existentes nas escolas, que tem promovido sensibilização dos estudantes, contribuindo para a sua realização e de cultura geral integral. Temos instalados 19 324 televisores e 15 989 videocaseteras nas salas de aula. Tal como para o computador, há 9 590 computadores e apresenta a coleção "O Navegador", com conteúdo das disciplinas. O poder de dispor de uma coleção de software curriculum chamado "O Navegador", e especialmente concebido para este nível, constitui uma garantia para elevar a qualidade da aprendizagem na base secundária. Estes softwares são concebidos através de uma estrutura comum e um modelo similar design que facilita a rápida apropriação dos mecanismos de navegação e de serviços informáticos eles próprios. Os softwares geralmente possuem módulos: base de conhecimentos, mentor, treinador, glossário, avaliador, trace, biblioteca e recreativas componente. Em todos os casos, tenha incluído um animal de estimação que oferece assistência tanto do ponto de vista da navegação como o conteúdo, com um sistema de feedback de respostas incorretas, no caso dos questionários ou avaliadores a fim de garantir que os alunos sempre têm acesso a o mais completo e acabado sobre o assunto em estudo. 
l uso de softwares educativos no ensino de atividade levou ao surgimento de um novo tipo de classe: o tipo de software educativo. Classe onde o software é o meio fundamental para conseguir assimilação do conteúdo de um determinado assunto, usando missões de ensino que visa pesquisar, triagem, processamento e armazenamento de informação utilizando meios informáticos, que lhe dá um carácter interdisciplinar.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Justiçamento Social



Nos últimos meses temos presenciado através das mídias constantes ações de justiçamento nas ruas brasileiras. Até esta data já se contabilizam 36 casos, onde 19 deles resultaram em morte das vítimas. É de espantar a reação dos comentários das pessoas nas redes sociais, dando apoio a tais atos como sendo esses uma alternativa para a contenção da violência. Diante disso, levo você a uma breve reflexão, expondo a seguinte pergunta: Quem primeiro foi violentado? É comodo e fácil fechar os olhos para a realidade e ignorar que a formação atual de nossa sociedade é fruto de um processo histórico que vem se entulhando de violência desde a chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil. Os primeiros a sentir o gosto amargo da violência gananciosa dos nossos exploradores foram os indígenas, depois os negros. Hoje é o favelado que ainda carrega as marcas da violência colonial. Não uso esse argumento para justificar qualquer forma de violência, mas, como disse Paulo Freire, "Quem inaugura a violência não é o violentado, mas quem violenta", desta forma, basta fazer um exercício de reflexão crítica de fatos mais amplos, e perceber que a realidade vai além dos limites de nosso pequeno convívio social. Hoje o açoite é um salário que mal dá para sobrevivência de uma pessoa que dirá de uma família; os navios negreiros são os péssimos serviços públicos oferecidos a população, a senzala é a favela e o escravo é você, que mesmo que não viva em uma comunidade carente, é obrigado a se sujeitar a uma relação de exploração de sua mão de obra, em favor do enriquecimento dos Senhores da atualidade. O que nos resta então? Aprender capoeira e defender os irmãos. Entenda o escravo só é escravo até descobrir que não precisa ser....

sábado, 8 de março de 2014

EDUCAÇÃO CUBANA: DADOS QUE IMPRESSIONAM!


Com escassos recursos e fortes problemas econômicos oriundos de um constante bloqueio, dados da educação cubana impressionam o mundo!

Em 2009 a Unesco apresentou um informe de seu organismo regional, a Orealc, sobre a prova LLCE (Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade do Ensino) denominado “Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo na América Latina e no Caribe”, que revelou dados muito surpreendentes para alguns analistas.
Christopher Marquis do New York Times assinalou: “os estudantes cubanos, em todas as matérias examinadas, obtiveram qualificações muito superiores à media, de maneira consistente, em todas as escolas”.
O estudo concluiu que “os alunos cubanos quase duplicam os resultados dos alunos que mais se aproximam deles”. O jornalista nova-iorquino apontou que os resultados “foram tão dramaticamente superiores que os pesquisadores da Unesco regressaram a Cuba e examinaram de novo os estudantes, obtendo os mesmos resultados de novo”. Jeff Puryear co-diretor da Associação para a Revitalização Educativa das Américas também se surpreendeu: “mesmo os resultados mais baixos dos cubanos alcançaram um índice superior à média da região, e aplicando nossos próprios padrões!”
Seguramente isso se deve a um milagre, pois Cuba é evidentemente um país com escassos recursos e fortes problemas econômicos, devido ao constante bloqueio e dificuldades diversas. Ninguém poderia comparar com a capacidade econômica do México, do Brasil, da Argentina e inclusive do Chile e, no entanto, é inegável que a educação em Cuba supera notavelmente mesmo a das potências da região. Cuba teve 70% dos seus estudantes com qualificações de mais 350 pontos de um total de 500, enquanto a média na Argentina, no Uruguai e No Chile foi de 300 pontos. Brasil e México acusaram uma média instável de aproximadamente 250 pontos. Só um milagre da deusa Iemanjá poderia explicar esses resultados.
O milagre teve início em 1959 quando a revolução triunfante dedicou-se a realizar todo tipo de projetos, cada um mais criativo e significativo. O mais conhecido, o da alfabetização, conseguiu em um ano declarar Cuba como o primeiro território livre de analfabetismo na América Latina. Menos conhecidos são os programas para mulheres camponesas, trabalhadoras, prostitutas; para crianças camponesas, órfãs ou “marginais”; para formar contingentes de professores, e poderíamos acrescentar um longo etcetera… Desde aqueles anos, o primeiro mandato foi levar todos os recursos disponíveis para as regiões devastadas pela pobreza no campo e na cidade. Este simples princípio marca uma enorme diferença com nosso próprio sistema no qual se impôs implacavelmente a máxima neoliberal de dar mais ao melhor “rankeado”, de investir somente naquilo que dá lucro, e assim persistem escolinhas abandonadas em que convivem crianças de várias séries (são 43% das 280.000 existentes), sem materiais, sem recursos, com “professores” que são rapazes treinados pelo CONAFE durante dois meses e enviados com um salário miserável.
A desigualdade educativa se reproduz assim de maneira estrutural, não é preciso um censo para saber o que já sabemos faz tempo. Sem mencionar o estado desastroso da maioria das escolas, sustentadas pelos pais de família com suas “contribuições voluntárias” e os raquíticos salários dos professores mesmo com o estímulo da carreira de magistério.
O milagre é que Cuba investe em educação 12.9% do PIB, no bojo de um investimento social de 30%. O México, a duras penas, destina 5% para a educação com altos e baixos pronunciados. Islândia e os países nórdicos se aproximam de 8%. Em janeiro de 1959, Cuba tinha 3 universidades públicas com 15.000 alunos e mil professores, e hoje conta com 67 instituições de altos estudos com 261.000 matriculados e 77 mil professores; 35.000 bolsistas latino-americanos passaram por suas classes, além de um novo programa de municipalização da educação superior que já construiu mais de 300 sedes universitárias municipais. Na verdade, Cuba é toda uma grande escola.
O estado é o responsável integral da educação, como na Finlândia e na França. Há uma grande valorização social da profissão docente em todos os seus níveis e os salários dos professores equivalem aos de outros profissionais como médicos e físicos. As Universidades Pedagógicas têm um alto grau de formação e de exigência. Nunca há mais de 18 crianças por sala e o tempo dedicado a cada criança pra elaborar e problematizar respostas individuais duplica o da região.
Estes são alguns dos fatores recolhidos por Martin Carnoy, professor da Universidade Stanford, em seu excelente livro La ventaja académica de Cuba, ¿Por qué los estudiantes cubanos rinden más?. Não necessitamos acudir a modelos tão distantes como Finlândia ou qualquer outro país altamente desenvolvido; a explicação está aqui mesmo, muito perto, e não se trata de um milagre educativo, mas sim de una política congruente com a dignidade de todo ser humano.
Tatiana Col, Diálogos do http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/12/educacao-cubana-dados-que-impressionam.htmlSul

sábado, 23 de novembro de 2013

Fim do Bolsa Família!


Não me contive. Precisei responder à altura dessa cidadã, que nem sei quem é, em nome do povo sofrido que anda, em sua grande maioria, descalço, nesse solo brasileiro. Em nome do meu povo. Cara comentarista, antes de expressar seus argumentos acerca da população oprimida de nosso país, pelo menos estude e busque compreender como se dá o funcionamento de um país de sistema Capitalista burguês, para"descobrir" que esse tipo de sistema se mantém da miséria e da morte de muitos, em função da riqueza e da abastança de poucos. Com certeza você não sabe o que é ter um emprego e ser submetida ao "tripalium" no qual nossos semelhantes, diariamente, o são, nem, tampouco, viver do salário que o povo sobrevive. Suar o rosto nem cito, pois posso contemplar a sua fisionomia, por sinal bem cuidada e, para sorte sua, dentro dos padrões de beleza exigidos pela sociedade, pois se fostes negra, certamente vc teria dificuldades em ocupar o posto que ocupas. Ah! Sobre ganhar o "pão" também te digo que grande parte do povo brasileiro não tem como se alimentar dignamente e de forma saudável. O "salário" que o povo ganha não dá nem para comprar o pão do café para o mês todo. E nem com o acréscimo do Bolsa Família. Portanto, lhe informo que não se pode sair da pobreza nesse país. Pobreza é previsto pela classe dominante. Tem que ter pobreza, tem que idiotizar o povo, formar o exército de trabalhadores simples, criar as necessidades, vender e incentivar o consumo. É ser humano explorando ser humano. Emprego é nada menos do que "escravidão". Produze-se não para sí, mas para o outro ficar com o produto produzido. Essa é nossa realidade. Realidade que só pode opinar quem vive nela. Fora isso, sinto muito, ficarmos calados é o melhor que podemos fazer.

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