Manifesto dos educadores e defensores da causa da Educação Pública em solidariedade à luta dos profissionais de educação do Rio de Janeiro |
Fonte: http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N11624 |
Após infrutíferas tentativas de negociação, que se arrastam por anos, os profissionais da educação do Estado do Rio de Janeiro, em concorrida Assembléia, realizada no dia 7 de junho de 2011, decidiram deflagrar greve. Atualmente, um professor graduado recebe R$ 750,00 brutos e um funcionário tem piso de 433,00. Somente em 2011, 2,4 mil professores pediram exoneração por completa falta de perspectiva de valorização profissional. A questão afeta a formação de novos professores nas universidades, pois, concretamente, muitos avaliam que a opção pela educação pública implica privações econômicas insuportáveis. As principais reivindicações da greve objetivam criar um patamar mínimo para que a escola pública estadual possa ser reconstruída: reajuste de 26%, incorporação da gratificação do “Nova Escola”, liberação de 1/3 da jornada de trabalho para preparação de aulas, atendimento a estudantes, participação em reuniões etc., eleições diretas nas escolas e melhoria da infraestrutura geral da rede. Compreendemos que a greve não é episódica e conjuntural. Ao contrário, está inscrita em um escopo muito mais amplo: objetiva sensibilizar a sociedade brasileira para uma das mais cruciais questões políticas não resolvidas da formação social brasileira: o reduzido montante de recursos estatais para a educação pública acarretando um quadro de sucateamento da rede pública e a paulatina transferência de atribuições do Estado para o mercado, por meio de parcerias público-privadas. Interesses particularistas de sindicatos patronais, de corporações da mídia, do agronegócio e, sobretudo, do setor financeiro arvoram-se o direito de educar a juventude brasileira. Para montar máquinas partidárias, diversos governos abrem as escolas à uma miríade de seitas religiosas retrocedendo no valor da escola laica. Estamos cientes de que não é um exagero afirmar que o futuro da escola pública está em questão. A luta dos trabalhadores da educação do Rio de Janeiro é generosa, resgata valores fundacionais para uma sociedade democrática e, por isso, nos solidarizamos, fortemente, com a luta em curso. Os recursos existem, desde que a educação seja uma prioridade. Por isso, instamos o governador Sérgio Cabral a negociar de modo verdadeiro com o SEPE, objetivando resolver a referida agenda mínima e a restabelecer o diálogo com os educadores comprometidos com a educação pública, não mercantil, capaz de contribuir para a formação integral das crianças e dos jovens do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 20 de junho de 2011 Para apoiar a manifestação: Petição Manifesto dos Educadores e Defensores da Causa da Educação Pública em Solidariedade a Luta dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro: http://www.peticaopublica.com/?pi=P2011N11624 Primeiros signatários: Ana Maria Lana Ramos – UFF Angela Rabello Maciel de Barros Tamberlini – UFF Ângela Siqueira –UFF Anita Handfas –UFRJ Anita Leocádia Prestes –UFRJ Marcelo Mattos Badaró – UFF Carlos Nelson Coutinho – UFRJ Ceci Juruá – UFRJ Cecília Goulart- UFF Clara de Goes - UFRJ Cleusa Santos –UFRJ Cristina Miranda -UFRJ Fernando Celso Villar Marinho - UFRJ Francisco José da Silveira Lobo Neto - Fiocruz Gaudêncio Frigotto - UERJ Iolanda de Oliveira – UFF Jailson dos Santos - UFRJ Janete Luzia Leite - UFRJ José Henrique Sanglard - EP/UFRJ José Luiz Antunes –UFF José Miguel Bendrao Saldanha –UFRJ Leandro Nogueira S. Filho – UFRJ Lenise Lima –UFRJ Letícia Legay – UFRJ Lia Tiriba, UFF/ UNIRIO Lorene Figueiredo –UFF Luis Eduardo Acosta – UFRJ Maria Inês Souza Bravo -UERJ Regina H Simões Barbosa – UFRJ Roberto Leher - UFRJ Salatiel Menezes - UFRJ Sara Granemann - UFRJ Vera Maria Martins Salim – UFRJ Virginia Fontes –UFF/ Fiocruz |
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Manifesto dos Educadores e Defensores da Causa da Educação Pública em Solidariedade a Luta dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro
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