"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ocupação da Cinelândia completa mais de 30 dias e é ameaçado de ser removido

  Fonte:  http://ocupario.org

Comunicado do OcupaRio frente as ameaças de remoção


Qual a resposta da Prefeitura para a falta de moradia digna por grandes parcelas da população pobre do Rio de Janeiro?
Nós respondemos: o Choque de Ordem!
Qual a proposta da Prefeitura para tratar da ocupação produtiva das ruas por parte dos camelôs?
Nós respondemos: o Choque de Ordem!
Qual a ideia da Prefeitura para solucionar ou pelo menos amenizar o problema da drogadição crônica que atinge cada vez mais pessoas nas ruas – mas não apenas – na cidade do Rio de Janeiro?
Nós respondemos: o Choque de Ordem!
Como pode que estes problemas e tantos outros sejam tratados unicamente com uso do aparato policial e pelo recurso ininterrupto à força como forma de lidar com questões tão díspares e específicas como esta que acabamos de listar?
E nós respondemos: uma cidade pensada única e exclusivamente para produzir o lucro e o bem-estar de segmentos bem pequenos de sua população está longe de ser uma cidade democrática! A situação absolutamente crítica a que chegamos – período de nossa história em que os mortos se tornam mera estatística e que grande parte das pessoas que habitam a cidade não pode contar com patamares mínimos de cidadania (e qualquer tipo de assistência por parte dos poderes públicos) – se deve, em grande parte, à relação que foi sendo construída entre os blocos de poder (públicos e privados) que regem ou buscam reger nossas vidas e as pessoas simples que buscam levar suas vidas da maneira que podem – e inventam!
Mas a monocultura dos poderes que governam o Rio de Janeiro se traduz na gestão sempre violenta da desigualdade social e de qualquer manifestação de diferença por parte de seus habitantes, sejam eles moradores de rua, estudantes, artistas populares, jovens de classe média, camelôs, negros, quase negros e quase brancos.
Pois nós, da #OcupaRio (www.ocupario.org), movimento de ocupação produtiva permanente da praça Marechal Floriano – popularmente conhecida como Cinelândia – e de muitas outras a seguir, viemos a público manifestar veementemente nosso repúdio à atuação e às declarações do Subprefeito do Centro da cidade do Rio de Janeiro, sr. Thiago Barcellos, no dia 24 de novembro último.
O referido sr.Thiago Barcellos chegou à praça por volta das oito horas da manhã e se apresentou dizendo que teríamos até às 17h do mesmo dia para desocupar a Cinelândia. As razões, segundo ele – e na visão do poder público municipal – são que a ocupação “havia deixado de ser uma manifestação política” e  que “havia se tornado um acampamento de moradores de rua”, “com o acúmulo de lixo, entulho, sujeira” e “com forte cheiro de urina”. A associação entre pobreza e lixo não poderia ser mais clara!, com o perdão do trocadilho. É impressionante como, para o poder, a questão a ser combatida nunca é a pobreza (e a desigualdade), mas sim combater os pobres.
E, lembrando a letra da música Haiti, de Caetano Veloso, que diz que os “pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos”, nós afirmamos que nossa manifestação permanente é sim, política, naquilo que a política tem de mais radical: estamos tentando construir – contra a herança perversa que estes poderes nos legam (e atualizam) – uma forma de organização do espaço comum urbano que não seja segregacionista e que conte com a participação dos vários sujeitos que compõem a cidade e que vivem na pele o seu dia-a-dia e que, nunca é demais lembrar, é constantemente afirmada nas peças publicitárias que apresentam o Rio como lugar múltiplo, rico de encontros, de criatividade etc. etc.
Aproveitamos ainda para convidar a todos a conhecer nosso movimento manifestação produtiva, participar dos vários eventos que temos organizado, as atividades de formação, as festas, as brincadeiras e também os debates visando desenvolver formas mais democráticas de ocupação do espaço metropolitano!

domingo, 27 de novembro de 2011

Capitalismo compra tudo!!!

O sistema capitalista vive da desgraça e do desprezo à vida humana. É um sistema que compra tudo e todos. Compra a saúde, a educação, a ciência, a mídia, as leis e as pessoas. Todos aqueles que se rebelam contra a "ordem estabelecida" ou são expurgados do sistema ou são comprados pelo monstro capitalista. Dói ver figuras que se levantaram nos últimos tempos como símbolos de resistência e oposição ao sistema serem absorvidas pela ideologia dominante passando a não oferecer mais risco algum aos interesses dos que desejam controlar tudo e todos. Me refiro especialmente nessa postagem ao MV Bill, homem nascido na comunidade da Cidade de Deus que utilizava as letras de suas músicas para confrontar as realidades sociais injustas, a política e a sujeira do sistema. Em 2010 foi convidado pela rede globo para participar do seriado mais alienante e propagador da cultura burguesa, Malhação. Como se não bastasse, ele se prestou a protagonizar um comercial sobre o bolsa família do governo federal, que transcrevo abaixo o texto narrado:
"Você que é mãe, batalhadora, sabe como o bolsa família melhorou a vida de muita gente. Criança na escola, saúde em dia e renda é direito seu e de toda a família....É igualdade, é respeito. Inclusão da família é seu direito. É o bolsa famíliaaaaaa."
Como dizia o poeta: "Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder", e a burguesia vai sobrevivendo e se aproveitando de tudo que pode para alienar cada vez mais o proletariado e manter a sua hegemonia.

sábado, 26 de novembro de 2011

Desorganizando a educação


Fonte: http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2011/11/26/desorganizando-a-educacao/


A educação, em nosso país, sempre foi tratada com desprezo pela elite, que jamais admitiu que o povo tivesse acesso a um serviço público e de valor. A minoria que detém o prestígio e o domínio sobre a sociedade pensa e age contra qualquer possibilidade de uma educação para todos os brasileiros, independentemente da sua classe social, raça e crença política. O temor do esclarecimento das grandes massas é uma herança maldita que vem da época do Brasil colonial e imperial.
        Tudo começa com a vinda da Companhia de Jesus, em 1549, cujo objetivo era a catequese e a educação a serviço da Igreja Católica. Após a sua chegada, os jesuítas inauguram um sistema educacional de conteúdo alienante, dogmático e autoritário e, portanto, hostil à liberdade. Com certeza, era um começo péssimo para a história da educação no Brasil. A educação, então, ministrada, preocupava-se apenas em garantir o poder da Igreja Católica diante do movimento protestante que era mais crítico e progressista que esta, preocupada somente com a imposição da sua verdade.
        Na educação jesuítica, a escola estava a serviço da fé. Com a expulsão dos jesuítas e a transferência do aparelho do Estado português para o território colonial, a escola ficou a serviço do Estado. A vinda da família real confirma o fim da colonização, o que permite a dom João VI autorizar a criação das escolas superiores, se bem que, apenas como maneira de privilegiar uma classe. Essa abertura tinha um claro objetivo elitista.
        Com a independência, em 1822, fica a herança do trabalho dos jesuítas, isto é, uma estrutura educacional já desmantelada, na forma de um ensino precário, com baixos orçamentos, mantidos, mais a frente, pela Constituição de 1824, que, aliás, vedava aos negros este ensino.
        Ao analisarmos esses dois períodos da história pátria, constatamos que se equivaliam em debilidade educacional. Infelizmente, essa origem pouco abonadora da nossa educação não se alterou com o advento da República, pois o nosso sistema educacional, ainda hoje, continua se arrastando, aos trancos e barrancos, o que deixa o Brasil em patamares vergonhosos em relação a outras nações sul-americanas, durante todo o século 20 e início do atual.
        No século 21, o fortalecimento do neoliberalismo, marcado pela obrigatoriedade do consenso em torno das suas idéias, abre o caminho para a sua chegada ao poder, pela via do voto popular. Os governos Lula e Dilma são exemplos emblemáticos do triunfo eleitoral neoliberal. Estas experiências cuidaram somente de promover uma profunda reforma econômica, a fim de garantir a estabilidade monetária e política. Desse modo, o que poderia ser uma simples perspectiva teórica se transforma em propostas concretas de ajuste neoliberal, dentre elas, a maneira neoliberal de pensar a educação. Por exemplo, o ministro da Educação de Dilma, o professor Fernando Haddad, uspiano de boa linhagem, que se diz marxista, joga fora os ensinamentos do alemão barbudo, quando adota o discurso da eficiência, da eficácia e da produtividade nos sistemas educacionais.
        Para ele, a crise na educação é uma crise gerencial, fruto da ineficiência do Estado em gerenciar as políticas públicas. Assim convencido, adota a estratégia de atrelar a educação aos interesses do mercado, bem como utilizá-la como instrumento propagador das idéias neoliberais. Para isso, troca-se um ensino de cunho humanista por um currículo estreito, dirigido apenas a questões específicas. Essa engenhosidade conta com o forte apoio da mídia que realça as virtudes da iniciativa privada, limpando para o governo o caminho da privatização da educação. Não é por motivo frívolo que o ministro Haddad resgata o seu passado de analista de investimento do Unibanco, ao prestigiar, acintosamente, uma iniciativa da Fundação Itaú Social, apesar de saber que banqueiros não se interessam por uma educação pública.
        Enquanto as estratégias neoliberais para a educação se consolidam, a nossa sociedade se ressente de um projeto que a elas se contraponha. A busca dessa alternativa passa pela luta por mais recursos materiais, o que significa dizer por mais investimentos, uma vez que as restrições orçamentárias, no ano em curso, permitiram apenas a execução de 58% de um orçamento de 61 bilhões de reais. Contudo, a batalha por uma maior alocação de recursos em educação não é suficiente. É necessário desmistificar o discurso do tecnicismo na educação, que transforma questões políticas em questões técnicas, afastando a possibilidade de um controle social dessa política pública.
        Hoje, um importante obstáculo a preservação de uma educação pública e gratuita é o ministro Haddad. A incapacidade de organizar o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) e o tempo gasto em articulações políticas, no afã de se tornar candidato a prefeito de São Paulo, evidenciam a sua escolha: em defesa do neoliberalismo, Haddad optou por desorganizar a educação.
Thelman Madeira de Souza é médico.ariedamt@gmail.com

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Magistrados irão realizar paralização no dia 30/11


Fonte:  http://www.conjur.com.br/2011-nov-18/noticias-justica-direito-jornais-sexta-feira


Toga em greve
O jornal Valor Econômico informa que os juízes do trabalho confirmaram uma paralisação nacional, no dia 30, para pressionar o governo por um reajuste salarial de 22%. Os magistrados defendem o aumento do teto do vencimento dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que passaria dos atuais R$ 26.700 para R$ 32.570 — elevando, como consequência, o subsídio de toda a magistratura. O salário inicial dos juízes trabalhistas é, atualmente, de R$ 21.600.

 COMENTÁRIO: Os exmos juízes estão insatisfeitos com os seus salários e farão uma paralização para reivindicar 22% de aumento! Em quase todo o Brasil durante esse ano, as greves realizadas pelas diversas categorias de trabalhadores, sofreram com a interferência dos despachos negativos dos juízes com relação aos movimentos grevistas, que em alguns casos, foram consideradas inclusive ilegais, obrigando os trabalhadores a retornar ao trabalho com as mãos abanando. Agora pergunto: Quem irá julgar o mérito da paralização dos magistrados? Abaixo relaciono os salários de alguns profissionais:

JUÍZES: R$ 21.600,00
PROFESSOR RJ: R$ 750,00
BOMBEIROS RJ: R$ 950,00

Eles deveriam ter vergonha de reivindicar aumento salarial, enquanto a média salarial do brasileiro é de apenas R$ 900,00.

domingo, 20 de novembro de 2011

Crianças negras atrasadas na escola são o dobro das brancas

Fonte:terra

O percentual de crianças negras de 7 a 14 anos que estão mais de dois anos atrasadas na escola é o dobro do registrado entre as brancas. Enquanto 16,7% dos alunos negros estão nessa situação, entre os brancos, o índice é de apenas 8%. Os dados compilados pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) são referentes a 2009 e reforçam a tese de que as desigualdades entre negros e brancos se repetem no ambiente escolar.
O fator socioeconômico geralmente é o mais usado para justificar o atraso escolar dos estudantes negros. Isso porque a condição social do aluno tem grande impacto na aprendizagem e a maioria da população de baixa renda do país é negra. Mesmo quando são considerados alunos de um mesmo nível econômico, os não negros têm desempenho superior aos negros.
É o que aponta um levantamento feito pelo economista Ernesto Faria, do Portal Estudando Educação. Comparando as notas de Matemática e Português da Prova Brasil de 2007, alunos de uma mesma faixa de renda e cor da pele diferentes também têm notas desiguais. Entre os 25% de estudantes mais pobres do 5° ano do ensino fundamental, a nota dos brancos é, em média, oito pontos superior nas duas disciplinas. Entre os 25% mais ricos, a distância é ainda maior: os alunos brancos atingem 24 pontos a mais em Português e 25 a mais em Matemática.
Para André Lázaro, especialista na temática de diversidade em educação, uma das explicações para esse resultado é que, em geral, os alunos negros frequentam escolas com pior infraestrutura em comparação aos não negros. Essa situação foi revelada pelo Relatório das Desigualdades Raciais, lançado este ano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em todas as etapas de ensino, os negros enfrentam piores condições que os brancos.
Enquanto 9,6% dos alunos brancos do 9° ano do ensino fundamental frequentam escolas com nenhuma adequação, entre os negros, o índice é de 12,9%. Já no 5° ano, 27,9% dos brancos frequentam escolas com estrutura exemplar - entre os negros, o patamar é de 22%.
"Além da questão estrutural das escolas, não tenho dúvida de que a dimensão cultural é fortemente explicativa do resultado escolar. O racismo tem um impacto muito forte na educação. Os modelos e exemplos educacionais dos livros didáticos, por exemplo, ignoram a dimensão da cultura negra e com isso você tem uma escola em que o negro não se vê", destaca Lázaro, que foi secretário de Diversidade do Ministério da Educação (MEC) e hoje é consultor da Organização dos Estados Ibero Americanos (OEI).
Um dos autores do Relatório das Desigualdades, o professor Marcelo Paixão avalia que a discriminação existente no ambiente escolar acaba por agravar as diferenças entre negros e brancos. "O espaço escolar deveria ser de formação de cidadania - quando isso não é feito de maneira crítica ele se torna um instrumento de perpetuação das assimetrias", diz.
Para a diretora de Educação no Campo e Diversidade do MEC, Vanessa Faria, tais resultados são reflexo da própria dificuldade da sociedade em reconhecer que existe racismo no país - situação que se repete no ambiente escolar. Em questionário aplicado em 2007 aos estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), menos de 3% se consideravam racistas, mas 60% disseram já ter presenciado uma situação de discriminação pela cor da pele e 30% afirmaram ter parentes racistas.
"A escola reflete o que acontece na sociedade. Por anos acreditou-se no Brasil que não existia o racismo, e fica difícil superar um problema quando ele é negado", ressalta Vanessa. Para ela, a diferença de escolarização entre negros e brancos tem diminuído nos últimos anos, e a escola está mais aberta para o debate. "Nunca se falou tanto na questão da igualdade racial, mas este é um processo em construção. Os anos de estudo da população negra crescem em ritmo maior do que entre os brancos", afirmou.

COMENTÁRIO: Hoje dia 20 de novembro se comemora o dia da consciência negra. Entretanto, todas as questões sociais que envolvem o povo BRASILEIRO que se reconhece como negro perduram veladas pelo falso dircurso ideológico de que o racismo atualmente é menor, que deve ser punido como crime, entre outros. Primeiramente considero que não há brasileiro algum que não tenha em suas veias o sangue negro. Somos uma miscigenação de raças e portanto ao invés de ficarmos destacando uma parcela de brasileiros pela cor da pele, deveríamos nos reconhecer a todos como filhos da mesma pátria e dar um tratamento igualitário a todos. Será que todas as vezes que nos referimos aos negros como uma raça distinta não estamos reafirmando a posição de subalternidade que lhes tem sido imposta? Será que não estamos contribuindo para encobertar o que deveria de fato estar sendo apresentado? Será que não estamos criando uma forma de segregar-incluindo? As questões que devem ser levantadas são as alternativas que temos que criar para devolver não só ao negro, mais ao indígena, ao pobre, ao trabalhador, ou seja, aqueles que fazem a riqueza desse país e não usufruem dela, a parcela justa daquilo que lhes é roubado pela classe dominante.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Implantação das UPP´s, quem ficará em paz?

Analisando a sociedade através da visão do materialismo-histórico, vamos verificar que em todos os tempos, o evoluir das civilizações foi e sempre será provocado pela luta de classes, onde há um esforço gigantesco das classes dominantes para manter a aparente normalidade social, onde cada um deve se contentar em ocupar o seu lugar, e de outro lado, os dominados, que são os atores das verdadeiras transformações sociais, quando esses se reconhecem como classe e através de um esforço comum conseguem romper com as amarras e modificar as regras do jogo que favorecem os dominantes. 
Todos tem visto a atual propaganda ideológica da mídia, que tem vendido a idéia que as UPPs serão a solução para os problemas de violência no Rio de Janeiro, violência essa, que não se inaugurou a apenas quarenta anos atrás, como tem sido veiculado pelas autoridades, como sendo fruto do abandono dos governos que passaram pelo poder durante esse período, mas que teve seu marco em 1888, quando então a Princesa Isabel, se viu forçada por interesses externos para a formação de um mercado consumidor, a "libertar" os negros sem qualquer tipo de política compensatória que os indenizassem pelos anos de serviço escravo prestados aos seus senhores. Essa imensa massa de negros foi desfrutar  da tão sonhada liberdade, nos entornos das cidades, ocupando as áreas que hoje se estabelecem as favelas.
Localizar a origem da miséria e suas consequências devastadoras no descaso dos governos é analisar simploriamente as origens dessa problemática, e além disso é ter uma visão limitada e alienada da realidade. Os políticos que estiveram e estão hoje no poder, estão servindo ao seu propósito primeiro, o de representar a burguesia e seus interesses sujos com o objetivo de acumulação de capital. Políticos vão e vem, quem nunca ouviu a frase: "o povo tem memória curta", e é para isso que eles servem, para expor suas figuras e encobertar os reais responsáveis pelas mazelas da sociedade, a classe capitalista burguesa, que compra tudo e todos para manter sua posição.
Diante de tudo isso, pergunto: a quem interessa a "pacificação" dos morros cariocas? Certamente a quem não está nos morros, pois os que lá estão irão continuar sofrendo as consequencias impostas por sua posição social, mesmo que esses se sintam mais seguros com a presença do aparato policial em suas portas. Continuarão desempregados, sujeitos ao sub-emprego, sem educação e saúde de qualidade, e o que é pior, com a pretensa ilusão de que as coisas podem melhorar.
Pacificação nada mais é do que a renovação da velha estratégia burguesa de dominação dos proletários, pois é melhor que se sintam bem nas favelas, do que descer para o asfalto para incomodar a "população carioca".

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Para os diretores, mais gratificação. Para professores mais chibata.

Fonte:O dia

Governo dará R$ 500 a mais para 1.613 profissionais da rede estadual de ensino. Valores serão depositados em janeiro de 2012. Confira vencimentos por classe

POR ALESSANDRA HORTO
Rio - A Secretaria Estadual de Educação vai conceder reajuste de R$ 500 sobre a Gratificação de Encargos Especiais (GEEs) para os 1.613 diretores-adjuntos das unidades de ensino, a partir de 1º de dezembro. Os novos valores serão depositados em 3 de janeiro. A informação foi divulgada com exclusividade pela pasta à Coluna. O aumento será aplicado em todas as escolas da rede estadual, classificadas A, B, C, D ou E, dependendo do número de alunos e turnos.
De acordo com essa nova disposição, as gratificações vão ficar divididas da seguinte forma: para profissionais das unidades A, os vencimentos iniciais vão subir de R$751,76 para R$1.251,76; nas unidades B, de R$ 592,06 para R$ 1.092,06; e nas escolas C, a gratificação passou de R$ 547,24 para R$ 1.047,24.

As unidades D não contavam com diretores-adjuntos. Mas, após resolução, essas escolas passaram a ter direito a um profissional com esse cargo. A superintendente de Gestão de Pessoas da pasta, Patrícia Reis, explicou que o acréscimo proposto foi superior aos demais para compensar a falta da gratificação e equiparar os valores. O valor, neste caso, será de R$ 950. Escolas E não têm diretor-adjunto.
Criticado pelo sindicato de profissionais da Educação, o secretário Wilson Risolia se defende reforçando o compromisso de melhorar o setor: “Vamos valorizar o professor e todos os profissionais da Educação cada vez mais”.
Reajustes concedidos em abril

A secretaria lembrou que, em abril deste ano, reajustou as gratificações de encargos especiais (GEEs) dos diretores escolares e diretores das regionais (administrativas e pedagógicas).

Também foram contemplados os cargos de coordenação das diretorias regionais. As modificações foram divulgadas em decreto do governador Sérgio Cabral, publicado no Diário Oficial, em 14 de abril.

Com as alterações, o cargo de diretor regional tipo A, ocupado por docentes I 40 horas — a soma do vencimento-base com a nova gratificação — resultou em uma remuneração no valor de R$ 5.989,24. Para o diretor de unidade escolar, o patamar mais alto é pago às funções ocupadas por professores docentes I — 40 horas das escolas de tipo A: R$ 5.378,56. Antes, os vencimentos desses profissionais eram de R$ 4.489,24 e R$4.378,56, respectivamente.

Para direções de unidades, aumento das gratificações chegou a R$ 1 mil (classificações A e B) ou R$ 700 (classificações C, D e E).

COMENTÁRIO: É preciso gratificar os gerentes, digo, diretores, para garantir o cumprimento das metas impostas pelo secretário-economista Wilson Risolia, nem que para isso seja preciso dar uma maquiada aqui e outra ali nos números. A imposição do plano de metas é mais um amargo remédio que a educação do Estado do Rio vai continuar provando. Turmas imensas, sem professores de quase todas as disciplinas, escolas sucateadas, casos de assédio moral, e enquanto isso, as medidas tomadas para melhorar, são gratificações aos comandantes das escolas  para garantir a ordem e o progresso da educação do estado, ao bom estilo positivista.

sábado, 12 de novembro de 2011

Sugestão de leitura e uso em sala de aula

CAPITALISMO PARA PRINCIPIANTES. A HISTÓRIA DOS PRIVILÉGIOS ECONÔMICOS.                                                                                          Visitando a biblioteca do CIEP que dou aula, descobri essa riqueza escondida em uma prateleira junto aos livros que ninguém procura, é obvio. Trata-se de um excelente livro de leitura fácil e agradável, com muitas ilustrações, que apresenta a verdade acerca do capitalismo de forma bem humorada mas sem comprometer a verdade. Excelente para trabalhar o tema em sala de aula e desalienar os alunos.                                                                                                                   Link para donwload:
http://www.4shared.com/get/snGhiOb_/capitalismo_para_principiantes.html

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Governo Lula Liberou o Homeschooling

Governo Lula libera o HomeSchooling



Fonte: http://www.imil.org.br/blog/governo-lula-libera-o-homeschooling/
 Autor: Instituto Millenium - 18/07/2010
 
Por Ângelo da C.I.A
Este é um post único na história deste blogue. É com euforia que parabenizo o Governo Federal, especialmente o Ministério da Educação. A Diretoria de Gestão e Planejamento, em sua Coordenação-Geral de Recursos Logísticos, Aquisições e Convênios, através de uma simples retificação no Diário Oficial da União, fez do dia vinte e dois de junho de 2010 um marco histórico para a Educação, as famílias e Autonomia das pessoas: Eles instituíram oficialmente o HomeSchooling no Brasil.
Para quem não sabe o Brasil proibia totalmente o Ensino Doméstico, prevendo até mesmo ação do Ministério Público contra os pais que o praticassem por “abandono intelectual”.
A mudança começou com o que foi publicado no dia 21/06/2010 no Diário Oficial da União. Leiam:
9.2.1. Para obter certificado de conclusão do Ensino Médio, os(as) participantes devem:
a) Ter 18 (dezoito) anos completos até a data de realização da primeira prova do ENEM 2010;
b) Ter concluído o ensino fundamental;
c) Ter atingido o mínimo de 400 pontos em cada uma das áreas de conhecimento do ENEM;
d) Ter atingido o mínimo de 500 pontos na redação.”
O ítem b) foi suprimido, tornando então a partir de agora desnecessário ter concluído o Ensino Fundamental para obter o Certificado de Conclusão do Ensino Médio através do resultado do ENEM. Vejam como ficou a correção:
9.2.1. Para obter certificado de conclusão do Ensino Médio, os(as) participantes devem:
a) Ter 18 (dezoito) anos completos até a data de realização da primeira prova do ENEM 2010;
b) Ter atingido o mínimo de 400 pontos em cada uma das áreas de conhecimento do ENEM;
c) Ter atingido o mínimo de 500 pontos na redação.”

 Governo Lula libera o HomeSchooling
Página 44 do D.O.U. de 22/06/2010

É uma grande conquista que, talvez sem esta intenção, serve para promover a autonomia das pessoas perante o Estado, permite aos cidadãos capazes, conscientes e confiantes, ter a opção, OPÇÃO de não ter seus filhos inscritos em escolas públicas ou privadas.
O HomeSchooling sempre foi visto com preconceito, como uma causa da direita brasileira, tanto a liberal quanto a conservadora. Olavo de Carvalho sempre foi um dos principais divulgadores e críticos das absurdas imposições que proíbiam o HomeSchooling. Quem quiser ver isto como uma vitória na Guerra de Valores, que o faça, mas é preciso lembrar que o mérito vai todo para o Ministério da Educação. E é de estranhar que a uma notícia importante como esta não tenha sido dada a verdadeira dimensão. Procurem por aí e verão que ninguém noticiou o fato em toda sua amplitude. Mesmo o fato do ENEM servir como certificado de conclusão do Ensino Médio mal foi noticiado (Exceções: Estadão, Diário do Nordeste e um site especializado em educação).
Eu posso estar parecendo otimista demais, de fato somente uma Lei poderia dar plenos direitos ao aluno que for submetido ao Ensino Doméstico. Mas eu prefiro comemorar por estarmos numa época de tantas más notícias, de tantos debates tortos e de imobilidade total do Governo no que diz respeito à Educação.
É ilusão imaginar que Ensino Doméstico sozinho solucionará os problemas do Ensino no Brasil. Mas se ele permitir a alguns brasileiros darem Ensino de qualidade, sem doutrinação e sem expôr crianças a tantas mazelas que ocorrem no universo do Ensino brasileiro, já terá feito aquilo que todo Governo deveria fazer a cidadãos maduros: oferecer-lhes o direito de escolha.

Comentário: E nós nem sabíamos que havia essa retificação na Lei, onde possibilita que os pais ou responsáveis possam optar por uma educação domiciliar de qualidade e sem os anseios e angústias que, atualmente, estes sofrem quando mandam seus filhos e filhas para a escola, que , infelizmente, nos dias atuais, está se afirmando a cada dia como uma instituição falida, que promove a desmoralização, a violência , a sexualidade precoce, entre outros grandes e graves problemas, sem falar da baixa qualidade do ensino, principalmente nas públicas. Além disso, essa referida Lei também beneficia os alunos de baixa renda com distorção idade/ano de escolaridade. Então professores, vamos arregaçar as mangas e usar isso em função de possibilitar  a ascensão escolar dos alunos!!!!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

No Brasil, convictos do ensino domiciliar travam guerra judicial

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/no-brasil-convictos-do-ensino-domiciliar-travam-guerra-judicial/n1597354512421.html

O professor de História da Educação, Luiz Carlos Faria da Silva, não aprovou os métodos da escola particular que escolheu para os filhos. Depois de dois anos de tentativa, resolveu tirá-los de lá, mas não procurou nenhuma outra instituição. “Quando você muda de colégio, escolhe a faixa de gasto e o nível social dos colegas, o restante é tudo igual”, diz o pedagogo que aderiu ao ensino domiciliar - o homeschooling norte-americano, proibido no Brasil.

Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os pais têm obrigação de matricular os filhos na escola, mas há um grupo de famílias brasileiras convictas de que vale a pena infringir esta lei. “Cerca de 400”, diz o pesquisador Fabio Schebella, diretor da Associação Nacional de Ensino Domiciliar (Aned). “O número não é preciso principalmente porque a maioria não quer se expor”, afirma.




Foto: Arquivo pessoal Ampliar
Julia, 11 anos, e Lucas, 13, não vão à escola há três anos e têm os pais como professores em casa

As razões alegadas para eliminar a escola da vida das crianças vão da falta de qualidade do ensino regular à preservação da educação moral dada em casa. Alguns pais defendem ainda que o sistema educacional limita a capacidade do ser humano de aprender.

“As pessoas não precisam que alguém ensine para aprender. Esse é um mito que vira verdade depois de anos na escola”, diz o designer Cleber Nunes, que educou em casa os dois filhos mais velhos, hoje com 17 e 18 anos, e agora ensina a caçula, de 4 anos. “A escola torna as pessoas dependentes. A criança nasce aprendendo o tempo todo, até que aparecem os pais delimitando e depois a escola em larga escala.”

O caso dele é uma das brigas judiciais mais emblemáticas. Autodidata, se convenceu de que precisava ensinar os filhos a buscar conhecimentos sozinhos, mas por obrigação chegou a matriculá-los em uma escola em Thimóteo, cidade mineira onde morava. Até que conheceu o homeschooling norte-americano.


A escola torna as pessoas dependentes. A criança nasce aprendendo o tempo todo, até que aparecem os pais delimitando e depois a escola em larga escala”

Pesquisou tudo sobre o assunto durante quase dois anos. Viajou para os Estados Unidos, comprou material, convenceu a mulher, formada em magistério, e tirou os filhos da escola quando estavam na 5ª e 6ª série. “Até meus amigos falavam que eu ia ser preso”, conta.

Denunciado pelo Conselho Tutelar, foi processado pelo Ministério Público em 2005 e desde então é um fora da lei. Tentou argumentar que os filhos estavam aprendendo, mas não foi ouvido. Depois de quase dois anos, inscreveu os dois meninos, então com 12 e 13 anos, no vestibular de Direito da Faculdade de Ipatinga para chamar atenção. Os meninos foram aprovados em 7º e 13º lugar, mas não convenceram o juiz, que multou Cleber em 12 salários mínimos. “Aí eu percebi que era uma questão ideológica e não haveria bom senso, mas apenas preocupação em cumprir o que estava no papel”, conta.




A multa nunca foi paga e Cleber perdeu também um processo criminal. Neste ano, os meninos fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que além de servir como instrumento de acesso à universidade, dá direito à certificação de conclusão da etapa de ensino. “Pode ser que façam faculdade, mas os dois já são webdesingers e podem optar pelo empreendedorismo.”

Sem bolsa família

Por conta de históricos como este, a maioria das famílias que decide pela educação domiciliar evita se expor. No Rio de Janeiro, Sergio e Fluvia Pereira, pais de cinco crianças, três em idade escolar, ensinam os filhos sozinhos. Ela é dona de casa e ele tem um comércio de doces em frente à casa em Senador Camará. Pediram à reportagem para que não fossem divulgadas imagens da família.

Para os dois, a escola municipal do bairro não melhorou o aprendizado dos filhos nos últimos seis anos. Pior, atrapalhou a educação que davam em casa. “Tivemos que matricular cada um aos 7 anos, mesmo já tendo ensinado a ler e escrever. Depois de três anos, as crianças estavam jogando papel no chão dentro de casa. Nunca fariam isso antes”, afirma Sérgio.

Após tomar contato com outras famílias e a Aned, eles cancelaram a matrícula das crianças no último mês de junho. Antes mesmo que fossem denunciados, procuraram o Ministério Público e expuseram suas razões. A decisão incluiu abrir mão de R$ 150 do Bolsa Família e R$ 146 do Cartão Carioca, programas assistenciais do governo federal e do Rio de Janeiro que atrelam o pagamento à assiduidade das crianças às aulas.

Segundo Fluvia, o dinheiro que deixou de receber representava cerca de um quarto da renda total da casa. “Mas é pelo futuro deles. Compramos livros e estou todos os dias retomando a matéria. Na escola, eles passavam dias e horas sem nenhuma atenção.” O Ministério Público ainda não decidiu se aceita a proposta da família.

Rigidez moral

Apesar de uma proposta para formalizar o ensino domiciliar ter recebido parecer negativo na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados no mês passado, há casos bem sucedidos. O professor universitário de Maringá, que abre esta reportagem, conseguiu acordo com a Justiça.
Logo que desistiu da escola cristã escolhida criteriosamente, ele a mulher, professora de piano formada em pedagogia, foram denunciados ao Conselho Tutelar e sofreram processo do Ministério Público. Chegaram a matricular Lucas e Julia, hoje com 13 e 11 anos, em uma escola pública só por obrigação, planejando ensinar o que queriam em casa, mas segundo Silva “não duraram dois meses”. “Disse para a promotoria que não ia deixar meus filhos em escola onde criança sobe em cima da mesa e abaixa as calças”, conta.

Em casa, os filhos assistem a televisão no máximo meia hora por dia e aprendem que devem ser obedientes. “Hoje em dia, as crianças querem escolher tudo, o que vestir, o que comer, quem sabe o que é melhor para eles é a família”, diz Silva.


Se você leva para a escola perde o controle da formação dos seus filhos”

O casal se responsabilizou por a ensinar em casa o conteúdo que domina e contratou professores particulares de matemática e inglês. A Justiça aceitou mediante avaliação periódica aplicada em uma escola pública. O método já funciona há três anos. “Se você leva para a escola perde o controle da formação dos seus filhos”, diz Silva, que já completou três anos de ensino domiciliar com os filhos, Lucas, de 13 anos, e Julia, de 11 anos.

O professor que dá aula de História da Educação e Filosofia conta que mesmo os colegas da Universidade Estadual de Maringá não o compreendem. “Existe um pensamento hegemônico de que o melhor é esta cultura praticada pelas escolas. As pessoas que foram ao Congresso Nacional também acham que precisa socializar, mas um dia a sociedade brasileira vai aceitar que é direito dos pais escolher a educação que quer para os filhos.”

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Criança do Futuro









CAMPANHA CORRENTE DO BEM


Faça já sua colaboração no valor de apenas R$ 10,00 (dez reais) na conta da ABC Sinai. Estamos em busca de recursos para o funcionamento da instituição em 2012. Os recursos serão destinados ao funcionamento da Escola de 1° segmento do Ensino Fundamental, no pagamento da equipe de profissionais e demais despesas, como alimentação, materiais e uniformes para as atividades. Ajude a formar crianças que realmente tenham perspectivas de futuro.



Associação Beneficente Cristã Sinai - Banco Itaú - Agência 6097 - Conta Corrente:22378-5



Contamos com todos!!!!



Abaixo mais algumas fotos (culminância artística) e ao lado veja o vídeo dos nossos alunos e alunas





quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Países socialistas da América Latina, tiveram o maior aumento no índice de desenvolvimento humano segundo ONU.


Brasil tem saúde e renda acima da média global, mas educação pior

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/brasil-tem-saude-e-renda-acima-da-media-global-mas-educacao-pior/322071/

Brasil tem saúde e renda acima da média global, mas educação pior. Noruega, Austrália e Holanda lideram ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas. Na lanterna, três países africanos: Burundi, Níger e Congo. Estados Unidos, Coreia do Sul e Israel tem IDH ‘muito elevado’, mas no quesito igualdade, não aparecem nem entre os 20 primeiros. Na América Latina, Cuba e Venezuela destacam-se nos últimos cinco anos.
Najla Passos
BRASÍLIA – Os sete bilhões de habitantes do planeta têm, em média, expectativa de vida de 69,8 anos, renda anual de 10 mil dólares e escolaridade de 7,4 anos. O Brasil tem números melhores nos dois primeiros casos, mas inferior, no terceiro. Os dados fazem parte do Relatório de Desenvolvimento Humano 2011 divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta quarta-feira (2).
O documento, intitulado “Sustentabilidade e Equidade: Um futuro Melhor para Todos”, mostra que Noruega, Austrália e Holanda são os países que oferecem a melhor qualidade de vida para suas populações. No topo do ranking, a Noruega apresenta Índice de Desenvolvimento Humanos de 0,943. No extremo oposto está a República Democrática do Congo (IDH de 0,286), país africano que, nos últimos anos, perdeu mais de 3 milhões de pessoas vítimas de conflitos armados e de doenças.
O relatório revela a tendência histórica de concentração de pobreza na África Subsaariana. Os dez países que ocupam os últimos lugares no IDH 2011 situam-se justamente nesta região: Guiné, República Centro-Africana, Serra Leoa, Burkina Faso, Libéria, Chade, Moçambique, Burundi, Níger e Congo.
Considerando-se as regiões, os melhores resultados estão na Europa e Ásia Central (0,751), seguidas pela América Latina e Caribe (0,731), Ásia Oriental e Pacífico (0,671) e Estados árabes (0,641). Nos últimos lugares da lista estão Ásia do Sul (0,548) e África Subaariana (0,463).
De forma geral, os índices de IDH aumentaram muito desde 1970: 41% globalmente e 61% nos países que apresentavam baixo desenvolvimento humano, refletindo ganhos em saúde, educação e renda, que são os indicados utilizados pelo Pnud para montar o ranking de desenvolvimento humano.
O progresso é visível, por exemplo, comparando-se os últimos cinco anos. No ranking geral de 2010 para 2011, Malásia, Ucrânia e Turquia foram recordistas em aumento da qualidade de vida. Mergulhada em conflitos internos e externos, a Líbia surpreendeu pelo contrário.
Em médio prazo, são dois países socialistas da América Latina que lideram o ranking de melhoria de qualidade de vida para seu povo. O relatório aponta que 72 países subiram no ranking de 2006 a 2011, liderados por Cuba, que subiu 10 posições de 2006 a 2011, passando para o 51º lugar. A Venezuela ficou em segundo lugar, subindo sete posições e alcançando a 73ª posição.
No mesmo período, outros 72 países caíram no ranking. O campeão foi o Kuwait, que desceu oito posições, ficando em 63º lugar, e a Finlândia, que caiu sete postos e passou para o 22ª posição.
A introdução no relatório, a partir do ano passado, de um novo parâmetro de avaliação dos países, o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD), demonstra que países potencialmente ricos não estão distribuindo a renda gerada com a equidade necessária para garantir qualidade de vida a seus povos.
É o caso, por exemplo, de Estados Unidos, Coreia do Sul e Israel. Estas nações estão entre as mais ricas do mundo no caso do IDH – integram a categoria de índice “muito elevado”. Mas, levando-se em conta o índice da desigualdade, não aparecem sequer entre as vinte primeiras posições. EUA cai do 4º para o 23º lugar, Coreia do Sul, de 15º para 32º e Israel, de 17º para 25º.
Segundo o documento, EUA e Israel perdem posições sobretudo por causa da desigualdade de renda, embora os cuidados com saúde sejam também um fator importante na mudança de classificação dos EUA. Já no caso da Coreia do Sul, a principal causa desta queda são as grandes lacunas na educação registradas entre as diferentes gerações.
Na contramão dessa tendência, países do grupo de elite também conseguiram aprimorar a igualdade de condições oferecidas as suas populações, em relação à saúde, educação e renda. A Suécia saltou do 10º para o 5º lugar; Dinamarca do 16º para o 12º; e Eslovênia da 21ª para 14ª posição.
Medida do IDH
O IDH é uma medida resumida para avaliar o progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão decente de vida. Se baseia principalmente em dados internacionais da Divisão de População da ONU, do Instituto de Estatística da Unesco e do Banco Mundial.
Foi criado em 1990, como uma medida alternativa de desenvolvimento nacional, para se contrapor as avaliações exclusivamente econômicas, como o Produto Interno Bruto (PIB). O valor mínimo é zero e, o máximo, um.
Em 2010, passou por revisões já que, como uma medida composta de médias nacionais, não reflete as desigualdades internas. Desde o ano passado, o Relatório de Desenvolvimento Humano passou a apresentar também o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD) o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) e o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).
Os rankings do IDH são recalculados anualmente, utilizando os mais recentes dados internacionalmente comparáveis para saúde, educação e renda.
O IDH 2011 abrange um registro de 187 países e territórios, contra 169 em 2010, refletindo, em parte, a disponibilidade de dados melhorados para muitos pequenos estados insulares do Caribe e do Pacífico.

COMENTÁRIO: A verdadeira face do capitalismo está se traduduzindo em números. As nações que mais se utilizaram das artimanhas capitalistas para alavancar o seu crescimento econômico estão agora provando da lei da semeadura: "o que se planta, é o que se colherá". Um sistema que é baseado na acumulação de riqueza nas mãos de poucos, não pode se sustentar nem mesmo com a falsa propaganda de igualdade de oportunidade. Que caia a máscara desse monstro devorador de vidas e se revele em sua essência. Que sejamos capazes de refletir sobre o que tem sido gerado por esse sistema que ignora o valor do ser humano e só reconhece o valor de suas ambições.
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