"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

domingo, 30 de novembro de 2014

Por que a extrema-direita brasileira odeia tanto a Cuba?



É de se perguntar o porquê de tantos ataques a uma pequena ilha caribenha, nação onde vivem pouco mais de 11 milhões de pessoas (menor que a população do estado da Bahia) e cujo o Produto Interno Bruto – PIB representava US$ 72 bilhões em 2012 (o orçamento apenas da prefeitura de São Paulo é de US$ 25 bilhões) nas eleições presidenciais brasileiras.
A estratégia durante toda a campanha foi de jogar sobre o governo de Dilma a pecha de estar utilizando dinheiro público para financiar o governo cubano, através da construção do Porto de Mariel e da contratação de médicos para o programa Mais Médicos.  Via de regra, a candidatura de Dilma aceitava a crítica e não desmascarou o motivo de tanto ódio a Cuba por parte da extrema-direita.
A verdade é que o Porto de Mariel, a 40 km de Havana, é uma obra a mais financiada pelo BNDES. Outras obras similares foram financiadas em outros países como Equador e Angola. Longe de ajudar o socialismo, o objetivo dessa estratégia é fortalecer as empresas capitalistas nacionais, criando um mercado com os países de sul que possa suplantar a crise vivida pelos EUA e a União Europeia. O grande beneficiado com o porto de Mariel é mesmo a Oderbrecht, já que o financiamento do BNDES será pago pelo governo cubano.
No caso do Mais Médicos, programa paliativo para levar médicos às cidades do interior, a extrema-direita faz uso de duas mentiras. Primeiro, esconde que a vinda dos médicos estrangeiros só aconteceu após a recusa dos médicos brasileiros em trabalhar nos lugares ermos. A honrada classe médica chegou a afirmar que receber R$ 10 mil de salário é escravidão. Segundo, procuram explorar o fato de que grande parte dos salários dos doutores de Cuba serve para pagar seus estudos, ajudar a família e desenvolver o país deles. Escondem que o trabalho do médico fora das fronteiras nacionais é um ato voluntário, humanitário e social, como heroicamente fizeram os médicos cubanos no Haiti e, agora, nos países africanos atingidos pelo Ebola.
Ao caluniar Cuba, a extrema-direita procura colocar toda a esquerda brasileira em defensiva. Ao não defender as conquistas sociais cubanas, a esquerda perde em legitimidade e protagonismo para defender a justiça social no Brasil.
Por mais diferenças que se possa ter com o modelo de democracia ou de socialismo aplicado por Cuba, não se pode perder de vista que uma sociedade que priorize a justiça social ao invés do lucro é sempre melhor que qualquer regime capitalista. Quando nos calamos, parte da classe trabalhadora passa a repetir e acreditar nesses chavões repetidos a exaustão pelos representantes dos capitalistas, tornando mais difícil a luta por justiça social no Brasil.
Afinal, por que tanto ódio a uma pequena ilha?
Cuba é o exemplo de que é possível construir um caminho diferente. Mesmo cercada, embargada e perseguida pelo imperialismo nos terrenos econômico e político, o povo cubano permanece ostentando os melhores índices de desenvolvimento social, reconhecidos pelos organismos independentes da ONU. Já pensaram se se tratasse de um país rico em petróleo, fontes de energia naturais, com amplas florestas e fontes de minérios, ou seja, um país que tivesse condições geográficas e naturais de desenvolver a indústria e a técnica em níveis superiores?
Cuba é a prova viva de que a igualdade social é mais eficaz que o acúmulo de riqueza. Que a solidariedade é mais eficaz que o individualismo. Que a educação e a justiça social são as armas mais eficazes contra o crime e a violência. Que uma sociedade pode viver sem altos índices de consumos de drogas lícitas e ilícitas e, também, sem encarcerar sua juventude e seus pobres. Em resumo, Cuba é a prova viva que todo o discurso da extrema-direita é mentiroso e por isso precisa ser derrotada.
Não podemos esperar que o governo do PT defenda as ideias de Cuba pois seu interesse para com a ilha se resume a esfera dos negócios. É preciso devolver todo o ataque sofrido pelo povo cubano organizando o povo para lutar pelo programa da classe trabalhadora brasileira.
Jorge Batista, São Paulo.
http://averdade.org.br/2014/10/por-que-extrema-direita-brasileira-odeia-tanto-cuba/

domingo, 22 de junho de 2014

Médicos cubanos revolucionam atendimento em comunidades no Espírito Santo

Em 2012 foi inaugurada a Unidade Regional de Saúde (URS) de Planalto Serrano, na periferia do município de Serra, no Estado do Espírito Santo. Segundo a coordenadora da unidade, Naiara Vidoto, o estabelecimento abrange uma população de aproximadamente 12 mil pessoas.
Com três equipes de Saúde da Família, sendo dois médicos principais e um médico de apoio do Programa “Mais Médicos”, Naiara conta que a relação tem sido muito positiva. “Nós contamos com três médicos cubanos na unidade. Eles foram muito bem recebidos pela população e já estão se sentindo em casa”, afirma Naiara.
Dois dos médicos cubanos são Orlando Maure Ceballo, 47 anos, e Tamara Delgado Riesgos, 51 anos. Eles chegaram na unidade em dezembro do ano passado e já conseguiram resolver o atraso nas consultas de pré-natal, desenvolveram um programa de atendimento para os casos de hipertensão e diabetes e tiveram a iniciativa de sistematizar as consultas domiciliares.
“Ainda temos que organizar muita coisa, mas estamos felizes com o resultado do nosso trabalho. Estamos ajudando a quem precisa”, afirma Tamara.
Já no posto de saúde de Taquara I, na periferia de Serra, Orelys Reyes Madrazo, médico cubano de 39 anos, explica que não é a primeira vez que sai de Cuba para trabalhar em – como ele mesmo define – uma missão humanitária internacional.
“A demanda aqui é bem alta”, diz o médico. Com uma população de aproximadamente 5 mil pessoas na região, foi em dezembro de 2013 que a unidade recebeu o reforço do Programa “Mais Médicos”.
Foto: OPAS/OMS“Nós fomos premiados com a vinda dele para cá. Ele é um médico sensacional”, afirma a gerente de serviços de saúde, Zilá Gonãlves Fausto.
Com as unhas do pé pintadas no chinelinho diminuto, enfeitado com a imagem de uma princesa da Disney, Ana Beatriz Mota Pereira, de 2 anos, aguardava sua vez de ser atendida no posto de saúde de Taquara I. Na primeira consulta com o Dr. Orelys, foi diagnosticado um quadro de bronquite asmática, e agora Ana Beatriz retorna ao posto periodicamente para seguir o tratamento e ser avaliada.
“Eu fico rindo dele às vezes porque ele fala engraçado, mas entendo tudo o que ele diz. A gente está seguindo o tratamento que ele mandou direitinho”, conta Leonara Pereira, 19 anos, tia da paciente. “Eu também me trato com ele, e gosto desse médico. Eu estava com uma infecção, alguma coisa no sangue eu acho, mas já fiquei boa, e a Ana já está melhor também.”
Visando à cobertura universal e ao controle e erradicação de doenças, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMSvem apoiando o Ministério da Saúde na implementação do Programa. Este apoio inclui o suporte técnico à ampliação da estratégia da atenção primária de saúde e da melhoria da estrutura da rede de serviços de saúde, além da avaliação da cooperação técnica neste campo específico.
Fonte: http://www.onu.org.br/medicos-cubanos-revolucionam-atendimento-em-comunidades-no-espirito-santo/


sábado, 7 de junho de 2014

Em Cuba o Jovem é Prioridade

Secundário:
Agrupa os  estudantes entre 12 e 14 anos e faz parte do ensino básico obrigatório junto com o ensino primário. Seu objetivo é  fornecer uma educação básica e integral ao adolescente cubano, sobre a base de uma cultura geral, que lhe permita estar plenamente  identificado com a sua nacionalidade e patriotismo, para conhecer e compreender o seu passado, enfrentar o  presente e prepara-se para o seu desenvolvimento futuro, tendo a atitude  consciente  de opção do socialismo que lhe garante a defesa das conquistas sociais numa continuidade  da obra da Revolução, expressa em suas formas de sentir de pensar e de agir. 
Investigações Internacionais reconhecem  o ensino secundário como uma fase complexa e difícil. Especialistas da Unesco lembram que ela tem tido um lugar instável de constantes mudanças  de professores e estudantes.
Cuba não ficou alheia a  estes problemas,  o estudante cubano  também enfrentou o problema da  influência directa de vários professores, disciplinas e assuntos, muitas vezes divorciados uns dos outros, além disso por vezes o número de salas de aula era inferior ao número de alunos o que complicava o dia na escola. Depois de muitas análises foram feitas alterações significativas neste nível de  ensino, durante 2003-2004, estas alterações  foram precedidas de investigações, resultando assim no Novo Modelo de alta escola básica. Em primeiro lugar, a nova ideia do Professor Geral Integral, que trabalha com um grupo de  15 alunos e ensina  todas as disciplinas do mesmo grau, excepto Inglês e educação física, este professor acompanha-os  durante todo o seu precurso, sendo simultaneamente o seu conselheiro e guia, mantendo um contacto directo e permanente com os pais. 
Esta constitui a mais radical mudança na transformação do ensino secundário inferior, é um revolucionário e inovador contributo para o ensino de  adolescentes e que tem sido  capaz de implantar actividades em qualquer área de trabalho educativo com grupos de  15 alunos fornecendo-les todos os temas exceto Inglês e educação física, facilitando, assim, uma  atenção personalizada e diferenciada para os estudantes. Este tipo de aprendizagem permite que os resultados  sejam positivos,  a partir de um  trabalho profundo com  um diagnóstico de cada aluno, com  um tratamento individualizado, com a utilização  de TV, vídeo, computador e outros programas priorizados pela Revolução. O professor do ensino médio completo geral deve tornar-se um guia básico, tutor e orientador para a educação dos seus 15 pioneiros, que, no novo modelo escolar, estão no centro do processo educativo. Deverá igualmente realizar diagnóstico completo de cada um dos seus pioneiros e 15, em função dos resultados, chamar a estratégia individual e de grupo. Este diagnóstico será desenvolvido e partilhado com outros professores que não estão completas (Inglês, educação física, assistentes sociais, arte instrutores e estratégias educativas e seus resultados serão compartilhados com as famílias de cada um dos seus pioneiros de uma unidade educacional alcançar crescimento pessoal e aprender com elas. 
O conteúdo do ensino, que seleccionado como o tema do trabalho educativo devem ser dirigidos a promover o desenvolvimento pessoal de cada um de seus 15 pioneiros e desenvolvimento grupo, a partir do qual deverá conduzir o processo de ensino-aprendizagem de metodologias activas propício ao diálogo, de reflexão e promover o exercício de pensar, para ensinar a seus alunos aprender a aprender, aprender a estudar e processar informação de projectos de investigação conjuntos a fim de facilitar o exercício do seu poder discricionário, a satisfação de aprender e de saber . O novo tipo de professor para o ensino médio, tem de conceber uma forma de classe desenvolvedor e participar ativamente ao lado dos seus 15 pioneiros nos domínios político, cultural, recreativo e está programado para ser um observador sistemático modos de ação de cada um dos seus pioneiros traduzir estes comportamentos mais tarde no processo de ensino-aprendizagem conteúdo e promover a reflexão eo debate sobre eles. A sala de aula deve ser uma verdadeira oficina construção de criação de conhecimentos, trabalho duro e de respeito com as experiências e as experiências de cada um de seus 15 pioneiros. 
O desenvolvimento de uma pedagogia de respeito, esforço, a exigência de que não faltam na sensibilidade humana, de modo que os estudantes tenham confiança em si não é afectado a sua auto-estima e poderão enfrentar a vida com otimismo, deve ser uma premissa no trabalho do Professor abrangente geral. É também uma das suas mais importantes tarefas de assegurar a transição pacífica dos educadores necessidade de preservar as conquistas no domínio da educação, com ênfase na qualidade de admissão para o Instituto de Ensino Superior de jovens convencido a sabedoria da sua selecção, transportando um sólida vocação pedagógica, QUE se ha ido formando ao longo da vida escolar. Em resumo, você precisa conhecer em pormenor o que cada um de seus alunos sabe, podemos fazer e sentir, a partir de uma avaliação dos progressos na sua aprendizagem e desenvolvimento nesta base para desenhar estratégias individuais e coletivos a fim de lhe permitir levando-as a superior fases de desenvolvimento. 
O novo modelo também adoptou uma nova organização escolar, que tem seu centro na dupla sessão, que implementa as atividades educacionais, e extracurriculares extradocentes, este princípio foi baseado na generalização do almoço escolar. Actualmente operam no país, 1 005 secundárias básicas urbanas e rurais, esta última com regime de internato, onde os alunos recebem gratuitamente alimentos e cuidados médicos. Estes centros são formados mais de 474 392 alunos. O princípio básico de combinação de estudo e de trabalho está presente em ambos, o que intensifica o foco do ensino politécnico, estético educação e trabalho, juntamente com actividades destinadas a orientação profissional e de carreira. Há também a Escola Profissional de Artes e Esportes 
O modelo básico secundário assenta também sobre a utilização de audiovisuais e de computadores existentes nas escolas, que tem promovido sensibilização dos estudantes, contribuindo para a sua realização e de cultura geral integral. Temos instalados 19 324 televisores e 15 989 videocaseteras nas salas de aula. Tal como para o computador, há 9 590 computadores e apresenta a coleção "O Navegador", com conteúdo das disciplinas. O poder de dispor de uma coleção de software curriculum chamado "O Navegador", e especialmente concebido para este nível, constitui uma garantia para elevar a qualidade da aprendizagem na base secundária. Estes softwares são concebidos através de uma estrutura comum e um modelo similar design que facilita a rápida apropriação dos mecanismos de navegação e de serviços informáticos eles próprios. Os softwares geralmente possuem módulos: base de conhecimentos, mentor, treinador, glossário, avaliador, trace, biblioteca e recreativas componente. Em todos os casos, tenha incluído um animal de estimação que oferece assistência tanto do ponto de vista da navegação como o conteúdo, com um sistema de feedback de respostas incorretas, no caso dos questionários ou avaliadores a fim de garantir que os alunos sempre têm acesso a o mais completo e acabado sobre o assunto em estudo. 
l uso de softwares educativos no ensino de atividade levou ao surgimento de um novo tipo de classe: o tipo de software educativo. Classe onde o software é o meio fundamental para conseguir assimilação do conteúdo de um determinado assunto, usando missões de ensino que visa pesquisar, triagem, processamento e armazenamento de informação utilizando meios informáticos, que lhe dá um carácter interdisciplinar.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Justiçamento Social



Nos últimos meses temos presenciado através das mídias constantes ações de justiçamento nas ruas brasileiras. Até esta data já se contabilizam 36 casos, onde 19 deles resultaram em morte das vítimas. É de espantar a reação dos comentários das pessoas nas redes sociais, dando apoio a tais atos como sendo esses uma alternativa para a contenção da violência. Diante disso, levo você a uma breve reflexão, expondo a seguinte pergunta: Quem primeiro foi violentado? É comodo e fácil fechar os olhos para a realidade e ignorar que a formação atual de nossa sociedade é fruto de um processo histórico que vem se entulhando de violência desde a chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil. Os primeiros a sentir o gosto amargo da violência gananciosa dos nossos exploradores foram os indígenas, depois os negros. Hoje é o favelado que ainda carrega as marcas da violência colonial. Não uso esse argumento para justificar qualquer forma de violência, mas, como disse Paulo Freire, "Quem inaugura a violência não é o violentado, mas quem violenta", desta forma, basta fazer um exercício de reflexão crítica de fatos mais amplos, e perceber que a realidade vai além dos limites de nosso pequeno convívio social. Hoje o açoite é um salário que mal dá para sobrevivência de uma pessoa que dirá de uma família; os navios negreiros são os péssimos serviços públicos oferecidos a população, a senzala é a favela e o escravo é você, que mesmo que não viva em uma comunidade carente, é obrigado a se sujeitar a uma relação de exploração de sua mão de obra, em favor do enriquecimento dos Senhores da atualidade. O que nos resta então? Aprender capoeira e defender os irmãos. Entenda o escravo só é escravo até descobrir que não precisa ser....

sábado, 8 de março de 2014

EDUCAÇÃO CUBANA: DADOS QUE IMPRESSIONAM!


Com escassos recursos e fortes problemas econômicos oriundos de um constante bloqueio, dados da educação cubana impressionam o mundo!

Em 2009 a Unesco apresentou um informe de seu organismo regional, a Orealc, sobre a prova LLCE (Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade do Ensino) denominado “Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo na América Latina e no Caribe”, que revelou dados muito surpreendentes para alguns analistas.
Christopher Marquis do New York Times assinalou: “os estudantes cubanos, em todas as matérias examinadas, obtiveram qualificações muito superiores à media, de maneira consistente, em todas as escolas”.
O estudo concluiu que “os alunos cubanos quase duplicam os resultados dos alunos que mais se aproximam deles”. O jornalista nova-iorquino apontou que os resultados “foram tão dramaticamente superiores que os pesquisadores da Unesco regressaram a Cuba e examinaram de novo os estudantes, obtendo os mesmos resultados de novo”. Jeff Puryear co-diretor da Associação para a Revitalização Educativa das Américas também se surpreendeu: “mesmo os resultados mais baixos dos cubanos alcançaram um índice superior à média da região, e aplicando nossos próprios padrões!”
Seguramente isso se deve a um milagre, pois Cuba é evidentemente um país com escassos recursos e fortes problemas econômicos, devido ao constante bloqueio e dificuldades diversas. Ninguém poderia comparar com a capacidade econômica do México, do Brasil, da Argentina e inclusive do Chile e, no entanto, é inegável que a educação em Cuba supera notavelmente mesmo a das potências da região. Cuba teve 70% dos seus estudantes com qualificações de mais 350 pontos de um total de 500, enquanto a média na Argentina, no Uruguai e No Chile foi de 300 pontos. Brasil e México acusaram uma média instável de aproximadamente 250 pontos. Só um milagre da deusa Iemanjá poderia explicar esses resultados.
O milagre teve início em 1959 quando a revolução triunfante dedicou-se a realizar todo tipo de projetos, cada um mais criativo e significativo. O mais conhecido, o da alfabetização, conseguiu em um ano declarar Cuba como o primeiro território livre de analfabetismo na América Latina. Menos conhecidos são os programas para mulheres camponesas, trabalhadoras, prostitutas; para crianças camponesas, órfãs ou “marginais”; para formar contingentes de professores, e poderíamos acrescentar um longo etcetera… Desde aqueles anos, o primeiro mandato foi levar todos os recursos disponíveis para as regiões devastadas pela pobreza no campo e na cidade. Este simples princípio marca uma enorme diferença com nosso próprio sistema no qual se impôs implacavelmente a máxima neoliberal de dar mais ao melhor “rankeado”, de investir somente naquilo que dá lucro, e assim persistem escolinhas abandonadas em que convivem crianças de várias séries (são 43% das 280.000 existentes), sem materiais, sem recursos, com “professores” que são rapazes treinados pelo CONAFE durante dois meses e enviados com um salário miserável.
A desigualdade educativa se reproduz assim de maneira estrutural, não é preciso um censo para saber o que já sabemos faz tempo. Sem mencionar o estado desastroso da maioria das escolas, sustentadas pelos pais de família com suas “contribuições voluntárias” e os raquíticos salários dos professores mesmo com o estímulo da carreira de magistério.
O milagre é que Cuba investe em educação 12.9% do PIB, no bojo de um investimento social de 30%. O México, a duras penas, destina 5% para a educação com altos e baixos pronunciados. Islândia e os países nórdicos se aproximam de 8%. Em janeiro de 1959, Cuba tinha 3 universidades públicas com 15.000 alunos e mil professores, e hoje conta com 67 instituições de altos estudos com 261.000 matriculados e 77 mil professores; 35.000 bolsistas latino-americanos passaram por suas classes, além de um novo programa de municipalização da educação superior que já construiu mais de 300 sedes universitárias municipais. Na verdade, Cuba é toda uma grande escola.
O estado é o responsável integral da educação, como na Finlândia e na França. Há uma grande valorização social da profissão docente em todos os seus níveis e os salários dos professores equivalem aos de outros profissionais como médicos e físicos. As Universidades Pedagógicas têm um alto grau de formação e de exigência. Nunca há mais de 18 crianças por sala e o tempo dedicado a cada criança pra elaborar e problematizar respostas individuais duplica o da região.
Estes são alguns dos fatores recolhidos por Martin Carnoy, professor da Universidade Stanford, em seu excelente livro La ventaja académica de Cuba, ¿Por qué los estudiantes cubanos rinden más?. Não necessitamos acudir a modelos tão distantes como Finlândia ou qualquer outro país altamente desenvolvido; a explicação está aqui mesmo, muito perto, e não se trata de um milagre educativo, mas sim de una política congruente com a dignidade de todo ser humano.
Tatiana Col, Diálogos do http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/12/educacao-cubana-dados-que-impressionam.htmlSul

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