"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

BRASIL, PAÍS CAPITALISTA


Analisando criticamente o  Brasil, constatamos a existência de dois extremos, os quais podemos denominar de "Índia e Bélgica" brasileiras, denunciando-o como um país de contrastes. De um lado a parte semelhante à "Bélgica", nação européia desenvolvida, onde seus cidadãos gozam de excelentes condições de moradia, saúde, educação e emprego. Que gozam de plenos direitos sociais, políticos e econômicos. De fato, alguns brasileiros têm um padrão de vida compatível com o da Bélgica. De outro lado temos a situação que se parece com a Índia, país asiático marcado pela miséria e total ausência de direitos. Muitos brasileiros sabem bem o que é sobreviver nessas condições!
Essa má distribuição social é própria do sistema econômico que vivemos, denominado CAPITALISMO. O capitalismo coloca em situações diferentes os que detém o capital e os que trabalham para produzí-lo.

Apesar de transparecer a nossos olhos que nos países como a Bélgica a desigualdade social tenha diminuído, na verdade o que há é a aproximação dos indivíduos das condições de vida da burguesia, que é a detentora do capital nos países capitalistas. Porém, isso não acontece com a classe trabalhadora.
A exploração dos trabalhadores é muito maior em nosso país, onde as condições de vida e trabalho condenam grande parte dos trabalhadores a uma situação de miséria absoluta.
A explicação que usa como exemplo da "Bélgica" e da "Índia" como convivendo no mesmo Brasil, impossibilita-nos de ver que, longe de se apresentarem como realidades diferentes, aqueles cidadãos que se encaixam na Bélgica brasileira vivem dessa forma graças à miséria causada pela exploração daqueles que são considerados como pertencentes á Índia brasileira.  As razões disso estão na forma pela qual o Capitalismo se estrutura, desde seu aparecimento: NA EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ASSALARIADO, que progressivamente foi separando os trabalhadores, o proletariado, dos donos dos meios de produção, a burguesia.
A diferença entre essas duas classes se mostra também nos anos de estudo e no acesso aos bens culturais. A classe burguesa, uma minoria, dispõe de maior escolaridade e acesso aos bens culturais, como literaturas de qualidade em jornais, revistas, livros, bibliotecas, teatros, cinemas, viagens, etc.
A classe trabalhadora, de menor renda, em sua maioria dispõe de pouco ou nenhum acesso a tais bens culturais. A escola não tem conseguido modificar essa desigualdade. Anos de estudos e cursos concluídos são privilégios daqueles que têm poder, perpetuando a dupla relação: PODER É SABER E SABER É PODER.   

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