Caros colegas, ser livre requer, em primeiro lugar, conhecer para argumentar. Como venho falando em minhas postagens, sabemos que nossa sociedade foi constituída pautada na lógica capitalista, pela classe burguesa, a qual visa o acúmulo de capital através do lucro. É no mínimo ridículo acreditarmos que nós, trabalhadores que produzimos a riqueza, riqueza esta que está nas mãos da burguesia, somos valorizados nessa dinâmica apresentada. O Estado é burguês. As lideranças, estejam em qual âmbito for, são defensoras da elite e ajudam na promoção das suas ações e intentos. Elas sabem que contam com uma "força imersa nas consciências" dos indivíduos chamada ideologia, que aliada ao Senso Comum e aos pressupostos do Neoliberalismo, contribuem para perpetuarem sua hegemonia e tornar "normal" a dominação existente, que faz do indivíduo um ser pacificado, que não sabe refletir acerca do seu papel social de subalternidade, e, inerte frente aos desmandos, aceita altruistamente as diferenças sociais, as manipulações, a pobreza e tantos outros efeitos. O educador precisa se posicionar diante dessa realidade. Mas isso requer atitudes de responsabilidade e até coragem. A atitude do governador do RJ em impedir o abono dos grevistas somente nos afirma o já exposto acima. E o fato de saber que colegas irão "repor" aulas mesmo nessa condição, dizendo que "receberão depois" não me espanta. Me atemoriza é que estamos reafirmando a nossa desvalorização e passividade. O argumento de que não podemos prejudicar alunos é senso comum e desculpa para não discordar da tirania, mantendo a covardia que nos cega e nos torna seres em estado de anomia total! Alunos, nessa sociedade capitalista, são "seres sem luz", como diz o significado da palavra, sem horizonte á frente, sem futuro. Professor não prejudica aluno se tornado contrário à ordem vigente, mas sim quando não demonstra a estes exemplos de luta, de coragem, de transformação.
Diferente do que prega a ideologia, somos sujeitos da nossa história, fazemos a história e podemos mudá-la. Professor, é momento de se valorizar! Não entregue sua força de trabalho como se não valesse nada! Não reponha às aulas mediante essas condições!
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