"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Contribuições da Igreja Presbiteriana à educação brasileira? Resta saber a quem!!!

 
De 10 a 12 de agosto, aconteceu no auditório da FERLAGOS-Cabo Frio, um evento que desejava explicitar para a sociedade, quais as contribuições que a igreja Presbiteriana, que para conhecimento de todos é uma das mais ricas denominações evangélicas, onde concentra em seus belos templos a elite e a burguesia gospel, deu para a educação brasileira. Segundo a nossa parceira Amanda Gurgel em seu discurso, os números são irrefutáveis. Concordando então, começo a minha reflexão acerca da questão, expondo alguns números, irrefutáveis, que nos darão a "dimensão" dessa contribuição.

Um em cada cinco estudantes brasileiros do ensino fundamental está atrasado na escola. No ensino médio, pelo menos três em cada dez alunos também estão nessa situação. É o que mostram os dados do Censo Escolar 2010 sobre as taxas de distorção idade-série. 

Segundo dados da Pnad publicados em 2008, a média da escolaridade dos jovens entre 15 e 29 anos, no Brasil, atingia 8,8 anos. Para ter uma ideia das disparidades regionais, abaixo dessa média estavam o Norte do país (8,1 anos) e o Nordeste (7,7 anos), enquanto o Sudeste (9,5 anos), o Sul (9,4 anos) e o Centro- Oeste (9,1 anos) situavam-se em patamar superior.

Essa mesma pesquisa mostrou que, em 2008, quase 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos não freqüentava a escola; na faixa etária de 18 a 24, mais de 15,6 milhões estavam sem estudar e, entre 25 e 29 anos, eram 13,5 milhões.

No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o percentual de jovens que encerraram o estudo no ensino médio ou o abandonaram era de 36,26%, 31,29% e 31,04%, respectivamente, estatística preocupante para regiões consideradas as mais dinâmicas e produtivas do país.

Os dados da Pnad de 2009 mostram algumas variações nesse quadro, sem contudo indicar tendências de mudanças substantivas. Se em 2008 84% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos frequentavam a escola, em 2009, esse índice subiu para 90,6%. Entre a faixa dos 18 aos 24 anos, em 2008, eram 34% dos jovens e, em 2009, 38,5%. Cabe ressaltar que, apesar do crescimento observado, permanece a redução significativa do percentual de jovens que deixam a escola na passagem de uma faixa etária para outra e de um nível de ensino para o seguinte.


Além disso, temos de considerar que muitos jovens matriculados nas escolas estão em séries inadequadas para a idade, em decorrência da entrada tardia no sistema educacional ou da repetência ou, ainda, da evasão, o que significa que muitos nem sequer chegam a frequentar o ensino médio, embora tenham idade para tal.

Se considerarmos que em 2009 o Brasil ainda apresentava uma taxa de analfabetismo em torno de 14 milhões de pessoas, ou seja, 9,7% da população com 15 anos ou mais, e que a taxa de analfabetismo funcional (pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos de escolaridade) era de 20,3%, vemos quão ineficazes são as políticas educacionais em vigor para cumprir um dever do Estado que é prover educação básica para todos.

Se cruzarmos esses dados com a renda segundo dados da Pnad, veremos que a relação entre pobreza e escolaridade ainda é um fator determinante, ou seja, quanto menor a renda das famílias menor
a taxa de escolaridade de seus filhos, obrigados a se inserir precocemente no mercado de trabalho para complementar a renda familiar. De acordo com dados do Inep em 2008, cerca de 2,8 milhões de alunos do ensino médio trabalhavam, buscando conciliar atividade remunerada e educação.

De acordo com esses dados, podemos perceber quão grandiosa foi essa contribuição!! Caros colegas, a Igreja Presbiteriana mantém escolas privadas, de cunho beneficente, onde esse título reflete apenas no pagamento de encargos e impostos, pois trabalha na verdade em benefício da sua membresia burguesa, que pagam robustas mensalidades, pois querem proporcionar aos seus filhos e filhas um ensino de qualidade, que os dê condições de ascenderem na sociedade, de manterem sua "casta" de classe média e explorar o filho do proletário que teve negada uma educação, dentro da escola pública, que desse a ele visão da realidade cruel que lhes imputam e condições de competir intelectualmente, de igual pra igual, com o filho do burguês. Não vejo nenhuma contribuição dessa associação religiosa, porém percebo a colaboração na perpetuação da divisão de classes através da educação, da   manutenção do status-quo, da política capitalista de concentração de riquezas.  Por que não abrem escolas gratuitas, favorecendo a população oprimida? Sei que esses "pensadores" que palestraram não são pessoas alienadas, pois sabem muito bem como funciona essa dinâmica social, que usa a educação para manter a massa alienada e explorada! Para a formação de mão-de-obra barata e simples, que engrossa o exército industrial com fins de enriquecer o empresário e para exercer funções subalternas. Então não venham com blá-blá-blá e nem usem o nome de Deus para justificar essa dinâmica da podridão! falem logo a que vieram! Soa mais digno e sincero!

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