Ter, 05 de Julho de 2011 19:19
Fortes investimentos em inovação tecnológica, como forma de assegurar a continuidade do crescimento da economia brasileira, foram defendidos pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em Plenário nesta terça-feira (5). O senador afirmou que a economia do país está bem atualmente, mas, daqui para frente, para conseguirmos uma economia sólida, será preciso investir em educação e inovação.
- Os outros países, que hoje são desenvolvidos, fizeram isso a partir do final do século 19 e ao longo do século 20. Outros países fizeram isso recentemente como Cingapura, Coréia, o próprio Japão [com um processo] que é um pouco mais antigo, Índia, Finlândia, China. São países que fizeram suas revoluções científicas e tecnológicas e hoje começam a exportar produtos. O melhor exemplo é a Coréia. Nós compramos eletrodomésticos coreanos, mas não montados na Coréia, inventados na Coréia. Pois bem, o Brasil precisa dar o salto para se transformar em um produtor de bens com alto conteúdo de inteligência. E aí precisamos tomar decisões que não estamos vendo -, afirmou o senador.
Cristovam ressaltou que o primeiro passo para esta mudança é uma "revolução na educação". O senador citou como exemplo os aviões da Embraer, que hoje orgulham a população brasileira ao serem exportados para outros países e que seriam frutos "secundários" do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), escola que acabou conseguindo criar relações próximas entre a faculdade e o setor produtivo.
Para o senador, é preciso dar ênfase ao ensino na universidade, mudando o ensino e o perfil dos alunos, para que comecem a trabalhar nas áreas da engenharia, e criando novos institutos tecnológicos como o ITA, direcionados a setores de energia, biotecnologia, inteligência artificial, nanotecnologia, genética, desenvolvimento sustentável, telecomunicações, entre outros.
- Claro que eles não vão dar resultado imediatamente, mas ao longo do tempo. E alguns perguntam quanto custa isso? Esses R$ 4,5 bilhões, que se fala de apoiar a fusão do varejo, permitiria financiar sete grandes centros do tipo ITA em dez anos. Tempo suficiente para eles atravessarem o período de nascimento, de puberdade institucional e se transformarem em grandes centros de formação de ciência e tecnologia - argumentou o senador.
Cristovam Buarque afirmou ainda que isso só não é suficiente. É preciso também fortalecer a pesquisa, avançar nos campos de importância estratégia e, principalmente, criar uma política salarial que permita aos "cérebros" do país se dedicar a atividades no setor de ciência e tecnologia. O senador usou como exemplo da falta de estímulo para pesquisa o caso de um jovem que concluiu o doutorado em nanotecnologia na Bélgica e vai deixar de lado o que estudou para prestar concurso para a Polícia Civil e a Polícia Federal.
- Se não resolvermos o problema da educação, da universidade e do produto dela, dos grandes centros de ciência e tecnologia ligados à indústria e da política salarial beneficiando e atraindo os melhores cérebros para essas áreas, este país vai provar, o que lamentaremos muito, que a economia hoje está bem mas já ia muito mal - ponderou o senador.
Da Redação / Agência Senado
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