"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Luta Dentro da Escola


As escolas constituem um campo de conflito porque têm o duplo papel de preparar trabalhadores e cidadãos. O preparo que a cidadania exige numa sociedade democrática, baseada em igualdade de oportunidades e em direitos humanos, é muitas vezes incompatível com o preparo que requer o desempenho em serviço num sistema empresarial de trabalho. Por um lado, as escolas devem preparar os cidadãos para conhecer seus direitos legais, bem como sua obrigação de exercer esses direitos por meio da participação política. Por outro lado, as escolas devem preparar os trabalhadores com as qualificações e as características de personalidade que lhes possibilitem atuar num regime de trabalho autoritário. Isso exige a negação daqueles mesmos direitos políticos que favorecem os bons cidadãos.
O fato de se atribuir ao sistema educacional essas duas responsabilidades cria, dentro dele, a semente do conflito e da contradição. A luta subseqüente, entre os defensores dos dois diferentes princípios, pelos respectivos objetivos e ações, contribui para dar forma à escola que, necessariamente, atenderá de forma imperfeita às exigências de seus dois senhores.(...)
      (Martin Carnoy e Henry M. Levin, Escola e Trabalho no Estado Capitalista, p.281 e 301.)
Caros colegas e parceiros da “luta dentro da escola”, o trecho citado acima retrata com profunda exatidão os reais objetivos e interesses da instituição escolar. Na verdade, segundo o sociólogo Althusser, a escola é um AIE ou Aparelho Ideológico de Estado e como tal, exerce o cruel papel de manter a ordem social vigente, a perpetuação da sociedade de classes, e a constante produção de mão-de-obra servil e alienada, desagregada da condição de ser humano autônomo e questionador. Esse espaço, que atualmente ouvimos tantos discursarem acerca do “prejuízo” que a greve estaria trazendo aos alunos, somente serve para separar aqueles que terão posse dos meios de produção (os capitalistas ou “patrões”, pertencentes à elite), daqueles que só possuirão apenas a força de trabalho simples (proletário, explorado).
  Essa função da escola nem sempre é tolerada por educadores conscientes do seu papel como “domesticadores de escravos”, e que, por enxergar dialeticamente a realidade que está a sua frente, dentro da escola pública, buscam a conscientização e politização daqueles que são as maiores vítimas: os alunos. Por isso existe esse conflito de opiniões dentro da escola, já que o sistema “planta” dentro dela os que, mesmo sabendo da verdadeira face da formação que é dada aos alunos, tem o papel de “vigiar e punir”.
Continuaremos na luta por uma escola mais democrática em que todos os atores desse processo tenham o direito a voz, e acima de tudo, tenham acesso a informação que dê a todos a possibilidade de formular suas próprias idéias e concepções.

SEM EDUCAÇÃO NÃO HÁ MUDANÇA.
SEM PROFESSOR NÃO HÁ EDUCAÇÃO.

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