"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciencias e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de sí e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." Marilena Chaui

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar". Nelson Mandela

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade". Antonio Gramsci

terça-feira, 26 de julho de 2011

Greve completa 50 dias. Recuar Jamais!

 
Se você está inseguro(a) e está pensando em deixar a greve e voltar para a sala de aula, pense no quanto você vai decepcionar a todos que estão nos apoiando nesta luta. O vídeo abaixo é um exemplo da opinião que a população tem do nosso movimento. Não estamos só!

Hoje, greve dos profissionais de educação da rede estadual do Rio de Janeiro, completa 50 dias. É um momento histórico, motivo de orgulho e satisfação, pois demonstra a união, aforça e a garra da categoria, por isso temos a obrigação moral de continuarmos lutando, pois há muito tempo o estado do Rio de Janeiro não via uma demonstração de força e coragem da categoria dessa magnitude.

Fiquem atentos, pois o Estado está no limite e vai fazer de tudo para derrubar o nosso movimento, mas não se preocupem com as manobras palacianas, o objetivo delas é aterrorizar e nos desmobilizar, pois o desespero é grande diante da nossa coragem e determinação. Não interpretem erroneamente estas ações, porque elas são um sinal da nossa força e significam a impotência do poder público diante do nosso movimento.

Está em curso mais uma maquiavélica manobra, ontem o Estado entrou com um recurso para decretar a ilegalidade da greve e anular o impedimento do corte de ponto, entretanto não temam, mesmo que a justiça venha a considerar a nossa greve ilegal e autorize o corte de ponto, na prática ele não poderá ser aplicado, pois se o fizer não haverá reposição desses 50 dias de paralisação e o ano letivo estará perdido, entretanto o governo estadual não pode deixar isso acontecer, pois cabe ao Estado garantir os 200 dias letivos determinados pela LDB. Ou seja, regionalmente pode ser legal, mas no âmbito federal é ilegal e consequentemente a Constituição nos protege, deixando o poder estadual de mãos atadas.

Atenção, pois essa é uma manobra clássica de prefeitos e governadores diante de greves de funcionários da educação, mas até hoje todos os que a utilizaram tiveram que retroceder e anular o corte em função da sua ilegalidade, isso só funciona para intimidar, não se esqueçam que somos a única categoria profissional que repõem os dias parados.
Se houver o corte de ponto e consequentemente a não reposição das aulas, a responsabilidade será do Estado, e esse é um custo político que nenhum governador pode bancar. A nossa situação particular têm mais um elemento que torna impraticável a concretização de uma ação desse tipo, o Plano de Metas. Carro chefe do atual governo na área de educação, esse projeto foi apresentado à sociedade fluminense como a salvação da educação estadual lastreado na promessa da melhoria no IDEB, logo se o ano letivo for perdido, ficará patente para a população que o governo fracassou e isso é algo que por força dos interesses políticos que estão em jogo, não pode acontecer de jeito nenhum.

O que está em jogo, e realmente tem o poder de afetar os poderosos, é o marketing pessoal e o futuro político de todos os envolvidos na administração pública estadual nesse momento. Nenhum pai e nenhuma mãe jamais vão esquecer que o filho foi reprovado pelo governador X e consequentemente o voto, que é o que importa para esses senhores, não virá. Logo o corte de ponto é mais um blefe do poder público.


Temos que nos manter firmes e ignorar o terrorismo, pois toda essa pressão é uma demonstração do desespero de quem está acuado. A nossa luta está tendo sucesso e as nossas posições estão consolidadas, só depende de nós mantermos a mobilização por mais um tempo para assegurarmos a vitória final, por isso tenham coragem e resistam às pressões.

O terceiro bimestre está para começar, e esse é um momento vital para o governo, se a greve se manter por mais 15 dias e não houver negociações o ano letivo estará perdido e o Plano de Metas, em função do esquema de avaliações do "Saerjinho" vai desabar, por isso a pressão será total, pois agora é tudo ou nada para o Estado.

Vamos nos manter firmes porque a vitória está a um passo, não deixe que o medo e a insegurança nos levem à derrota, não deixem que as emoções atrapalhem a análise dos fatos, na greve é preciso agir friamente e ser racional.

Se analisarmos as medidas tomadas pela Seeduc, veremos que as mesmas são estratégias de intimidação e demonstram o desespero que se instalou no bunker da Rua da Ajuda, literalmente em estado de sítio pelo nosso acampamento. Abaixo listamos algumas das manobras que foram tentadas e que corroboram a tese de que estamos realmente em vantagem:
  • Demora nas negociações: esse recurso é uma tentativa do governo demonstrar força e tentar vencer pelo cansaço, fica cozinhando a categoria em fogo brando, adiando e protelando as decisões, o objetivo e desmobilizar os grevistas, entretanto não estamos caindo nessa armadilha, pois a nossa greve já está com 50 dias e se preciso for estamos dispostos a mantê-la até 2014! O que é lógico, se o governo pode parcelar um direito- o Nova Escola - até lá, nós também temos o direito de voltar a trabalhar só quando recebermos o que de direito.
  • Desqualificação do inimigo: a tese de que apenas 2% da categoria aderiu à greve, já notaram que à medida que o movimento ganha força, o governo progressivamente vai diminuindo o percentual? Agora estão dizendo que apenas 542 docentes (não eram 2%?), o que é risível e a população deve estar convencida que o secretário e o seu staff precisam urgentemente de aulas de reforço de matemática e de uma consulta ao oftalmologista, pois o que a mídia, mesmo contra a vontade, tem demonstrado é que as passeatas, atos e assembleias desmentem cabalmente os números apresentados pela Seeduc.
  • Satanização do inimigo: tentativa de colocar a população contra os professores alegando que os alunos estão sendo prejudicados pela greve, mais um tiro que saiu pela culatra, pois a população e os alunos sabem que não depende de nós o fim da greve, é o governador que se recusa a atender as nossas reivindicações e mostra para todos o quanto se preocupa com a educação dos filhos e filhas das camadas mais pobres da população.
  • Assédio moral: diretores e diretoras movidos a polpudas gratificações, são colocados no papel de capitães do mato para coagir os docentes através de ameaças infundadas através de e-mails e telefonemas, tudo isso foi por água abaixo, pois estão lidando com indivíduos que têm conhecimentos e sabem muito bem, ao contrário dos paus-mandados que executam essas ordens, que todos essas ameaças não têm fundamento legal. Guardem os e-mails e se for possível gravem as ameaças verbais, sem esquecer naturalmente de avisar que estão fazendo a gravação (gravem essa parte), pois assim após a greve há a possibilidade de se fazer uma tempestade de processos por assédio e ensinar a esses "colegas" a respeitarem os profissionais que temporariamente eles estão dirigindo.
  • Terrorismo: ameaças de corte de ponto e também através de press realese (matéria paga distribuída aos jornais); exibição dos contra-cheques com descontos, contratação de professores temporários, entrada com recurso para determinar a ilegalidade da greve e garantir o corte do ponto, etc.

Vamos nos manter firmes até a conquista das nossas reivindicações, não caminhamos tanto para desistir agora, temos que mostrar para a população a nossa indignação a nossa fibra e a nossa coragem, pois se desistirmos agora, estaremos dando à população motivos para nos desprezar e desrespeitar, pois covardes e desertores não merecem consideração. Se a ameaça do corte de ponto se concretizar e for noticiada pela mídia, seremos vistos pela população como vítimas, e com isso só teremos lucros, pois será mais uma demonstração de covardia e autoritarismo do poder público e a população, depois dessa onda de escândalos, já começa a demonstrar a sua insatisfação com a atual administração e não tenham dúvidas que rapidamente o corte será retirado.

Lembrem-se do exemplo, recente, dos Bombeiros, todas as bravatas caíram por terra, a anistia e o perdão foram concedidos, o que era algo bem mais difícil do um corte de ponto do magistério, pois no caso dos bombeiros havia respaldo legal para essa ação do governo, já no nosso caso, o corte do ponto não poderá ser sustentado, pois é de responsabilidade do Estado garantir os 200 dias letivos, pois se não o fizer estará desrespeitando a Constituição.


União, Força e Coragem! Unidos Venceremos!
 

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