Fonte: sos educação pública
Se você está inseguro(a) e está pensando em deixar a greve e voltar para a sala de aula, pense no quanto você vai decepcionar a todos que estão nos apoiando nesta luta. O vídeo abaixo é um exemplo da opinião que a população tem do nosso movimento. Não estamos só!
Hoje, greve dos profissionais de educação da rede estadual do Rio de Janeiro, completa 50 dias. É um momento histórico, motivo de orgulho e satisfação, pois demonstra a união, aforça e a garra da categoria, por isso temos a obrigação moral de continuarmos lutando, pois há muito tempo o estado do Rio de Janeiro não via uma demonstração de força e coragem da categoria dessa magnitude.
Fiquem atentos, pois o Estado está no limite e vai fazer de tudo para derrubar o nosso movimento, mas não se preocupem com as manobras palacianas, o objetivo delas é aterrorizar e nos desmobilizar, pois o desespero é grande diante da nossa coragem e determinação. Não interpretem erroneamente estas ações, porque elas são um sinal da nossa força e significam a impotência do poder público diante do nosso movimento.
Está em curso mais uma maquiavélica manobra, ontem o Estado entrou com um recurso para decretar a ilegalidade da greve e anular o impedimento do corte de ponto, entretanto não temam, mesmo que a justiça venha a considerar a nossa greve ilegal e autorize o corte de ponto, na prática ele não poderá ser aplicado, pois se o fizer não haverá reposição desses 50 dias de paralisação e o ano letivo estará perdido, entretanto o governo estadual não pode deixar isso acontecer, pois cabe ao Estado garantir os 200 dias letivos determinados pela LDB. Ou seja, regionalmente pode ser legal, mas no âmbito federal é ilegal e consequentemente a Constituição nos protege, deixando o poder estadual de mãos atadas.
Atenção, pois essa é uma manobra clássica de prefeitos e governadores diante de greves de funcionários da educação, mas até hoje todos os que a utilizaram tiveram que retroceder e anular o corte em função da sua ilegalidade, isso só funciona para intimidar, não se esqueçam que somos a única categoria profissional que repõem os dias parados.
Se houver o corte de ponto e consequentemente a não reposição das aulas, a responsabilidade será do Estado, e esse é um custo político que nenhum governador pode bancar. A nossa situação particular têm mais um elemento que torna impraticável a concretização de uma ação desse tipo, o Plano de Metas. Carro chefe do atual governo na área de educação, esse projeto foi apresentado à sociedade fluminense como a salvação da educação estadual lastreado na promessa da melhoria no IDEB, logo se o ano letivo for perdido, ficará patente para a população que o governo fracassou e isso é algo que por força dos interesses políticos que estão em jogo, não pode acontecer de jeito nenhum.
O que está em jogo, e realmente tem o poder de afetar os poderosos, é o marketing pessoal e o futuro político de todos os envolvidos na administração pública estadual nesse momento. Nenhum pai e nenhuma mãe jamais vão esquecer que o filho foi reprovado pelo governador X e consequentemente o voto, que é o que importa para esses senhores, não virá. Logo o corte de ponto é mais um blefe do poder público.
O que está em jogo, e realmente tem o poder de afetar os poderosos, é o marketing pessoal e o futuro político de todos os envolvidos na administração pública estadual nesse momento. Nenhum pai e nenhuma mãe jamais vão esquecer que o filho foi reprovado pelo governador X e consequentemente o voto, que é o que importa para esses senhores, não virá. Logo o corte de ponto é mais um blefe do poder público.
Temos que nos manter firmes e ignorar o terrorismo, pois toda essa pressão é uma demonstração do desespero de quem está acuado. A nossa luta está tendo sucesso e as nossas posições estão consolidadas, só depende de nós mantermos a mobilização por mais um tempo para assegurarmos a vitória final, por isso tenham coragem e resistam às pressões.
O terceiro bimestre está para começar, e esse é um momento vital para o governo, se a greve se manter por mais 15 dias e não houver negociações o ano letivo estará perdido e o Plano de Metas, em função do esquema de avaliações do "Saerjinho" vai desabar, por isso a pressão será total, pois agora é tudo ou nada para o Estado.
Vamos nos manter firmes porque a vitória está a um passo, não deixe que o medo e a insegurança nos levem à derrota, não deixem que as emoções atrapalhem a análise dos fatos, na greve é preciso agir friamente e ser racional.
Se analisarmos as medidas tomadas pela Seeduc, veremos que as mesmas são estratégias de intimidação e demonstram o desespero que se instalou no bunker da Rua da Ajuda, literalmente em estado de sítio pelo nosso acampamento. Abaixo listamos algumas das manobras que foram tentadas e que corroboram a tese de que estamos realmente em vantagem:
- Demora nas negociações: esse recurso é uma tentativa do governo demonstrar força e tentar vencer pelo cansaço, fica cozinhando a categoria em fogo brando, adiando e protelando as decisões, o objetivo e desmobilizar os grevistas, entretanto não estamos caindo nessa armadilha, pois a nossa greve já está com 50 dias e se preciso for estamos dispostos a mantê-la até 2014! O que é lógico, se o governo pode parcelar um direito- o Nova Escola - até lá, nós também temos o direito de voltar a trabalhar só quando recebermos o que de direito.
- Desqualificação do inimigo: a tese de que apenas 2% da categoria aderiu à greve, já notaram que à medida que o movimento ganha força, o governo progressivamente vai diminuindo o percentual? Agora estão dizendo que apenas 542 docentes (não eram 2%?), o que é risível e a população deve estar convencida que o secretário e o seu staff precisam urgentemente de aulas de reforço de matemática e de uma consulta ao oftalmologista, pois o que a mídia, mesmo contra a vontade, tem demonstrado é que as passeatas, atos e assembleias desmentem cabalmente os números apresentados pela Seeduc.
- Satanização do inimigo: tentativa de colocar a população contra os professores alegando que os alunos estão sendo prejudicados pela greve, mais um tiro que saiu pela culatra, pois a população e os alunos sabem que não depende de nós o fim da greve, é o governador que se recusa a atender as nossas reivindicações e mostra para todos o quanto se preocupa com a educação dos filhos e filhas das camadas mais pobres da população.
- Assédio moral: diretores e diretoras movidos a polpudas gratificações, são colocados no papel de capitães do mato para coagir os docentes através de ameaças infundadas através de e-mails e telefonemas, tudo isso foi por água abaixo, pois estão lidando com indivíduos que têm conhecimentos e sabem muito bem, ao contrário dos paus-mandados que executam essas ordens, que todos essas ameaças não têm fundamento legal. Guardem os e-mails e se for possível gravem as ameaças verbais, sem esquecer naturalmente de avisar que estão fazendo a gravação (gravem essa parte), pois assim após a greve há a possibilidade de se fazer uma tempestade de processos por assédio e ensinar a esses "colegas" a respeitarem os profissionais que temporariamente eles estão dirigindo.
- Terrorismo: ameaças de corte de ponto e também através de press realese (matéria paga distribuída aos jornais); exibição dos contra-cheques com descontos, contratação de professores temporários, entrada com recurso para determinar a ilegalidade da greve e garantir o corte do ponto, etc.
Vamos nos manter firmes até a conquista das nossas reivindicações, não caminhamos tanto para desistir agora, temos que mostrar para a população a nossa indignação a nossa fibra e a nossa coragem, pois se desistirmos agora, estaremos dando à população motivos para nos desprezar e desrespeitar, pois covardes e desertores não merecem consideração. Se a ameaça do corte de ponto se concretizar e for noticiada pela mídia, seremos vistos pela população como vítimas, e com isso só teremos lucros, pois será mais uma demonstração de covardia e autoritarismo do poder público e a população, depois dessa onda de escândalos, já começa a demonstrar a sua insatisfação com a atual administração e não tenham dúvidas que rapidamente o corte será retirado.
Lembrem-se do exemplo, recente, dos Bombeiros, todas as bravatas caíram por terra, a anistia e o perdão foram concedidos, o que era algo bem mais difícil do um corte de ponto do magistério, pois no caso dos bombeiros havia respaldo legal para essa ação do governo, já no nosso caso, o corte do ponto não poderá ser sustentado, pois é de responsabilidade do Estado garantir os 200 dias letivos, pois se não o fizer estará desrespeitando a Constituição.
União, Força e Coragem! Unidos Venceremos!
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