Foi lamentável a atitude do atual diretor do CIEP 262 - Curvelina Dias Curvelo, na quinta-feira passada, dia 28/06, onde, de forma declarada, reacionária e arbitrária, proibiu a manifestação de professores, alunos e representante do SEPE dentro das dependências da Instituição escolar em questão. No momento da nossa chegada à escola, encontramos o Srº Diretor acompanhado de sua comitiva técnica, ou seja, diretores adjuntos ,entre outros, tentando a qualquer custo boicotar a ação dos manifestantes. O problema do srº diretor era o fato de que os professores grevistas estavam mobilizando e politizando os alunos acerca da situação da greve e da má-qualidade dos serviços educacionais oferecidos pelo poder público. Segundo o próprio em seu discurso ideológico dirigido a um professor presente, o corpo docente que aderiu a greve somente deveria "tentar" a adesão dos colegas pelegos e não conscientizar os alunos. O ápice do desrespeito, da atitude explícita de defesa aos interesses da classe dominante e da tentativa de manipulação e dominação, foi no momento em que os militantes, do lado de fora da escola, ligaram uma caixa de som na portaria, e ao saber disso, surge mais uma vez a figura do diretor, exercendo a sua "real" função, a de ser um representante dos interesses burgueses e capitalistas que, colocando-se então como um elemento repressivo, simplesmente desconecta o aparelho da energia, como se essa atitude fosse lícita e legítima, já que estamos falando de um espaço público que, por diversas vezes, é cedido para a realização de eventos de sociabilidade quando solicitado pela comunidade.
Os alunos tem o direito de participar desse momento, como principais afetados pelo sistema que os oprime de uma forma tão cruel, que nega a eles o conhecimento da real situação em que estão inseridos. O aluno apolítico e desconhecedor da verdadeira ideologia vigente é presa fácil nas mãos do sistema capitalista e desigual, que manipula e cria a realidade a seu modo. Podemos ver essa dinâmica mais nitidamente no fato de que, mesmo com a categoria em greve, á um grande número de alunos frequentando as aulas, dando quorum para professores desarticulados da causa e realizando provas, expressando o "medo" de serem prejudicados!!! E o que é pior, vendo os professores grevistas como "vagabundos" e culpados pelo prejuízo de cada um! Isso é no mínimo irônico ou sarcástico. Então, deixo "no ar" a pergunta: Por que é tão incômodo para os diretores a consciência política do aluno?!? Através desse movimento de greve, os papeis instituidos na escola estão claramente se evidenciando, de um lado estão aqueles que tem o dever de manter a ordem, de outro aqueles que lutam por aquilo que consideram justo, e em outra posição encontram-se aqueles que tem medo de sofrer a repressão do sistema, seja por medo de ter a sua fonte de sustento cortada, ou de ter que se posicionar e assumir as consequencias de suas atitudes.
Congratulo aqueles que têm levantado as suas cabeças contra a dominação arrogante de um governo autoritário, que quer transformar a escola numa empresa de formação de mão-de-obra barata e alienada, visando somente os interesses capitalistas e a manutenção da sociedade dividida em classes, que quer transformar o professor em uma ferramenta para o atingimento desses objetivos.
Para quem não sabe, PELEGO significa: (Popular, pejorativo, neologismo) pessoa/entidade que visa ocupar os espaços de representatividade de determinada categoria de modo a barrar as lutas/mobilizações da mesma em prol de um outro grupo opressor
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